Uma equipe de cientistas da China desenvolveu uma lente de contato revolucionária que permite ver aquilo que sempre ou despercebido pelos olhos humanos: a luz infravermelha. Presente no calor emitido por pessoas, objetos e sensores, esse tipo de luz não é visível para nós — mas agora pode ser convertido em cores que enxergamos normalmente.
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A descoberta, publicada na revista Cell, mostra que a lente funciona como um “tradutor de luz invisível”. Ela capta os sinais infravermelhos e transforma essa informação em imagens que o cérebro consegue interpretar. E o mais surpreendente: ela funciona mesmo de olhos fechados. Isso acontece porque o infravermelho atravessa a pele com mais facilidade do que a luz comum, permitindo que a lente ainda receba os sinais e os converta.
Mesmo com toda essa tecnologia, a lente continua transparente e não atrapalha a visão tradicional. Nos testes, voluntários conseguiram identificar luzes piscando no escuro, perceber de que direção elas vinham e distinguir formas que só estavam visíveis no infravermelho.
Ela também revela cores ocultas 6e573y
Os cientistas criaram ainda uma versão mais avançada da lente, capaz de identificar diferentes “tonalidades” dentro do mundo invisível. Com isso, a lente consegue mostrar não só que há luz infravermelha em certo ponto, mas também revelar nuances de cores que indicam diferentes tipos de emissão de calor ou sinal.
Em uma das demonstrações, letras que pareciam pretas sob luz normal apareceram coloridas quando vistas com a ajuda da lente sob iluminação infravermelha. Isso mostra que há detalhes escondidos no mundo ao nosso redor que simplesmente não conseguimos ver — até agora.
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Para ampliar a nitidez das imagens, os pesquisadores também desenvolveram óculos com a mesma tecnologia. Assim, além de detectar a luz invisível, é possível ver formas e padrões com mais clareza. Em testes, participantes conseguiram distinguir desenhos simples como linhas, letras e figuras geométricas usando apenas a luz infravermelha.
O que isso pode mudar na prática? 182s2h
Embora ainda esteja em fase de testes, a tecnologia tem potencial para usos muito variados. Pode ajudar, por exemplo, em resgates durante a noite, em ambientes com fumaça ou neblina, onde a visão comum não funciona bem. Também pode ser útil para detectar sinais escondidos ou para ajudar pessoas com daltonismo a ver cores que normalmente não conseguem distinguir.
Outro ponto positivo é que a lente não precisa de bateria, fios ou aparelhos externos. Ela funciona sozinha, apenas com a luz do ambiente. Por enquanto, só consegue captar sinais mais fortes, como os emitidos por certos tipos de LED. Mas os cientistas estão trabalhando para torná-la mais sensível, o que abriria ainda mais possibilidades de uso no dia a dia.
Ainda assim, a chegada ao mercado deve demorar. A tecnologia é promissora, mas ainda enfrenta desafios práticos, como melhorar a resolução das imagens e ampliar a detecção para fontes mais fracas de luz. Por ora, o projeto segue aos laboratórios.
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