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Câncer de pâncreas: estudo brasileiro aponta caminho para tratar tipo agressivo 3y1a53

Grupo descobre marcador genético que pode auxiliar em protocolos de diagnóstico e no tratamento da doença 463c7

Por Paula Felix Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 22 Maio 2025, 15h00

Tipo raro de câncer, os tumores neuroendócrinos se manifestam em diferentes órgãos. Ao se manifestar no pâncreas, podem se desenvolver de forma muito agressiva, por isso, tornaram-se alvo de um estudo liderado por uma médica brasileira que investigou mutações genéticas relacionadas às lesões e encontrou um marcador com potencial de auxiliar em novos protocolos de diagnóstico e tratamento da doença.

A pesquisa conduzida pela oncologista Rachel Riechelmann, líder do centro de referência em tumores neuroendócrinos do A.C. Camargo Cancer Center, envolveu dados de 1.015 pacientes com tumores neuroendócrinos de múltiplos sítios, com metástases ou não, e se deteve no papel da mutação no gene MUTYH.

Os tumores neuroendócrinos são menos frequentes, mas podem aparecer em qualquer parte do corpo, como pulmão, estômago, pele, ovários, intestino e pâncreas. Neste último órgão, esse tipo de lesão pode não ser tão desafiadora em alguns casos. Com evolução lenta, pode até ser curada com cirurgia se detectada de forma precoce.

Rachel, inclusive, compara esse diagnóstico com o mais frequente, o adenocarcinoma de pâncreas (que corresponde a mais de 90% dos casos da doença). Se o quadro for metastático, a sobrevida é de cerca de um ano e meio. “Pacientes com tumor neuroendócrino de pâncreas podem viver mais de 15 anos com a doença.”

O problema é que alguns têm evolução completamente diferente e o quadro se torna agressivo. O que chamou a atenção dos pesquisadores foram voluntários com esse tipo de tumor no pâncreas e que nasceram com a mutação no gene MUTYH, que faz com que ele seja mais severo. Essa alteração está presente em 2 a 4% dos pacientes com tumor neuroendócrino de pâncreas.

“Quando a gente usa quimioterapia nesses pacientes, o tumor se transforma. Ele se torna mais agressivo ainda, porque adquire mais mutações. Nesse contexto, tratamos alguns pacientes com imunoterapia.”

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De 23 participantes avaliados, três receberam essa abordagem, a imunoterapia, e dois tiveram resposta completa ao tratamento. Mesmo que ainda seja necessário realizar mais pesquisas sobre os achados, principalmente para cravar se a remissão do câncer realmente foi causada pela intervenção na mutação no gene, que tem relação com a reparação do DNA, o resultado foi considerado animador.

“Em dois pacientes, a doença desapareceu e, até agora, não voltou. A gente não vê nada nas imagens. É um achado surpreendente e feliz para nós e para os pacientes.”

Testes genéticos 5z2c6k

Diante desses achados, uma possível mudança no protocolo é a indicação de testes genéticos para pacientes com tumores neuroendócrinos de pâncreas diagnosticados em pessoas com menos de 40 anos para investigar a presença dessa mutação.

“Se ela for encontrada, a gente recomenda o acompanhamento genético em parentes de primeiro grau, como pais, irmãos e filhos, e o acompanhamento desses casos deve ter intervalos de exames mais curtos. Se ficar mais agressivo, fazer a biópsia do tumor. Se tiver muitas mutações, pode ser considerada a imunoterapia”, orienta Rachel.

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A vantagem é que o tratamento já está consolidado e disponível no Brasil. Com mais informações sobre os impactos da mutação genética para os tumores, o tratamento também pode ser impactado a partir da escolha mais personalizada das opções terapêuticas disponíveis.

Além do A.C. Camargo Cancer Center, participaram do estudo o Memorial Sloan Kettering Cancer Center, a Universidade da Califórnia (UCLA) e o Moffitt Cancer Center, dos Estados Unidos, University and Hospital Trust of Verona (Itália) e Haukeland University Hospital (Noruega).

Câncer de pâncreas 6eg3o

O câncer de pâncreas é um tumor difícil de detectar, agressivo e com alta taxa de mortalidade. Segundo o Instituto Nacional de Câncer (Inca), corresponde a 1% dos cânceres detectados, mas representa 5% das mortes pela doença.

A melhor forma de evitar o tumor é tendo bons hábitos de saúde, como não fumar, manter o peso adequado e evitar desenvolver diabetes tipo 2 — o que pode ser alcançado com alimentação saudável e prática regular de atividades físicas –.

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Os principais sintomas são:

  • Fraqueza
  • Perda de peso
  • Falta de apetite
  • Dor abdominal
  • Urina escura
  • Olhos e pele de cor amarela
  • Náuseas
  • Dores nas costas
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