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Presidente da Argélia desiste de concorrer à reeleição após protestos 434ub

Abdelaziz Bouteflika adiou as eleições previstas para abril e não marcou nova data; crise também levou à renúncia do primeiro-ministro 424p4y

Por Da Redação Atualizado em 11 mar 2019, 17h35 - Publicado em 11 mar 2019, 17h24

O presidente da Argélia, Abdelaziz Bouteflika, anunciou nesta segunda-feira, 11, que não se candidatará a um quinto mandato, depois de ter enfrentado semanas de intensos protestos no país. O líder, contudo, decretou o adiamento das eleições presidenciais previstas para 18 de abril e a abertura de um período de transição que permita escolher seu substituto nas urnas.

Bouteflika, de 82 anos, debilitado desde 2013 por causa de um derrame cerebral, enfrenta desde o mês ado milhares de manifestantes que se opõem a sua reeleição. O presidente ainda não anunciou uma nova data para a votação.

Também nesta segunda-feira, o primeiro-ministro argelino, Ahmed Ouyahia, anunciou sua renúncia. A decisão foi comunicada depois de Bouteflika determinar uma remodelação do seu gabinete, que será realizada em breve.

Ouyahia já foi substituído pelo ministro do Interior, Noureddine Bedoui, segundo a agência oficial de notícias do país, Argélia Press Service (APS). Bedoui será o encarregado de formar um novo governo. 

O agora ex-primeiro-ministro, de 66 anos, continua na posição de secretário-geral da Reagrupamento Nacional Democrática (RND), o segundo maior partido da Argélia. Ele foi um dos principais “canalizadores” do regime militar que controla o país desde a independência, em 1962.

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Ouyahia foi internado hoje no Hospital Militar Ain Naadja, em Argel. Segundo a rede de televisão privada El Bilad TV, ele a por problemas de saúde provocados pela “pressão sofrida durante os últimos dias”.

Em comunicado lido no principal telejornal noturno do país, Bouteflika anunciou que o processo de transição se dará por meio da convocação de uma conferência nacional “independente e inclusiva”, cujos detalhes não ofereceu, e da formação de um governo de união nacional que tutele todo o processo.

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As mobilizações na Argélia começaram  nos estádios de futebol e, em um princípio, estavam voltadas contra a possível candidatura de Bouteflika, de 82 anos, para seu quinto mandato nas eleições presidenciais de abril.

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Os protestos chegaram às ruas do país em 22 de fevereiro, dias antes de o regime suspender a inauguração do novo aeroporto de Argel, que contaria com a presença do presidente.

Desde então, as mobilizações aumentaram a cada sexta-feira e aram de um protesto contra o quinto mandato para um clamor popular de milhões de cidadãos contra a corrupção de um regime dominado pelo Exército e pelo serviço secreto desde a independência do país da França em 1962.

A pressão nas ruas foi mantida diariamente pelos estudantes – uma ação que o regime tentou reduzir antecipando em dez dias as férias universitárias, que começaram no domingo 10 em todo o país.

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Na presidência desde 1999, Bouteflika sofreu em 2013 um “derrame cerebral” que prejudicou suas faculdades físicas e que o impediu de fazer campanha nas eleições presidenciais do ano seguinte. Ainda assim, venceu o pleito.

Desde então, Bouteflika não fala em público, se locomove em uma cadeira de rodas empurrada por seu irmão Said, e suas aparições públicas são raras. Até mesmo as suas imagens gravadas pela emissora estatal de televisão foram reduzidas à reunião do Conselho de Ministros e às visitas de governantes estrangeiros.

Há cinco anos o presidente argelino não viaja para compromissos no exterior. Nos dois últimos, ele  cancelou de última hora, por “recaídas de saúde”, reuniões já confirmadas com nomes importantes da política mundial como a chanceler alemã Angela Merkel e o príncipe herdeiro da Arábia Saudita, Mohamad bin Salman. Em 2006, em pleno vigor, ele recebeu a visita oficial do então presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva.

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