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As reações ao acordo entre Ucrânia e EUA sobre minerais 2m142c

Tratado dará a Washington o aos minerais de terras raras de Kiev em troca do estabelecimento de um fundo de investimento para os ucranianos 5ae3t

Por Amanda Péchy Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 1 Maio 2025, 11h24 - Publicado em 1 Maio 2025, 09h42

Os Estados Unidos e a Ucrânia am na quarta-feira 30 um “acordo de parceria econômica” que dará a Washington o aos minerais de terras raras de Kiev em troca do estabelecimento de um fundo de investimento para os ucranianos. O acordo foi fechado após semanas de negociações, e foi recebido em ambos os países, bem como pelo mundo, com otimismo.

O acordo concede a Washington o aos recursos naturais da Ucrânia em troca de assistência futura dos Estados Unidos, em vez de Kiev ter que restituir os Estados Unidos pelo apoio anterior ao longo da guerra contra a Rússia, como o presidente americano, Donald Trump, chegou a sugerir durante sua campanha presidencial e nos primeiros dias de volta à Casa Branca.

O ministro das Relações Exteriores da Ucrânia, Andriy Sybiha, considera o o “um marco importante” na parceria com os Estados Unidos. Em uma publicação nas redes sociais, ele afirmou que o acordo “visa fortalecer a economia e a segurança da Ucrânia”. Sybiha também disse ter conversado sobre os acontecimentos da noite ada com a chefe de política externa da União Europeia, Kaja Kallas, acrescentando que é grato ao bloco “por sua solidariedade e apoio constante”.

Yuri Sak, um assessor do governo ucraniano, declarou à emissora britânica BBC que o pacto sobre minerais é “um sucesso”. “Ele constitui parte de uma estrutura de negociação mais ampla que esperamos que leve ao estabelecimento de uma paz duradoura, duradoura e justa”, resumiu, descrevendo o texto como uma “parceria igualitária”. A parlamentar ucraniana Lisa Yasko também disse à BBC que foi relevante que o pacto não tornou-se “uma obrigação de dívida com os Estados Unidos” e que se trata de um “acordo justo”.

A sensação na Ucrânia é de alívio. Lá, depois da decepção com a aproximação entre Trump e o presidente russo, Vladimir Putin, o acordo é um sinal de que Washington não abandonará Kiev e continuará sendo um aliado fundamental. Ainda há preocupações de que o presidente dos Estados Unidos possa dar as costas, mas o documento recém assinado é visto como uma garantia do apoio militar, econômico e político americano. O processo de extração de minerais deve levar décadas, o que envia uma espécie de mensagem a Moscou – de que os americanos estão comprometidos com os ucranianos.

Um comunicado do gabinete do primeiro-ministro do Reino Unido, Keir Starmer, afirmou que o líder britânico “celebra as medidas tomadas pelos Estados Unidos e pela Ucrânia para uma parceria econômica”. O porta-voz oficial do premiê disse que Starmer concorda com o ministro das Relações Exteriores ucraniano que se trata de “um marco importante”.

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William Taylor, ex-embaixador americano na Ucrânia, também aplaudiu o texto, dizendo à BBC que a medida é um “desenvolvimento positivo” para a paz. Talvez o pacto sobre os minerais possa ser usado como um “modelo” para os Estados Unidos elaborarem um novo acordo de paz entre a Rússia e a Ucrânia, ele sugeriu, embora tenha acrescentado que o documento deve ser “complementado por uma garantia real de segurança, com a força militar que os europeus estão falando”, em referência à força de manutenção de paz proposta pelo presidente da França, Emmanuel Macron, e Starmer.

Ao longo da injeção de US$ 190 bilhões (mais de 350 bilhões, na conta de Trump) em ajuda militar na luta contra os russos, o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, foi sendo pintado pela direita americana como um aproveitador deslavado do dinheiro do contribuinte americano. O presidente dos Estados Unidos, agora, comemorou o pacto – tomando crédito por sua concretização.

“Fizemos um acordo em que, em teoria, receberemos muito mais do que os US$ 350 bilhões”, vangloriou-se.

Incerteza 6t6i4m

Ainda assim, o texto reflete questões amplamente hipotéticas, dada a substancial incerteza sobre o futuro do setor mineral na Ucrânia, disse Oleg Ustenko, que atuou como consultor econômico de Zelensky. Atualmente, investidores estrangeiros relutam em expandir os projetos de mineração na Ucrânia por uma série de razões, incluindo a guerra. E Trump não pode forçar empresas privadas americanas a fazer investimentos caros e, potencialmente, não rentáveis.

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“Trump quer apresentar isso como uma vitória para os americanos, mas não é Trump quem vai investir, e não são os EUA que vão investir — você precisa do setor privado”, disse Ustenko. “Então, acho que é mais simbólico do que qualquer outra coisa neste momento.”

Alex Jacquez, que atuou no governo de Joe Biden como alto funcionário da área de minerais, disse ser extremamente improvável que a Ucrânia tenha a capacidade de desenvolver uma nova indústria de mineração de lítio ou metais de terras raras, chamando os trilhões de dólares em recursos naturais reivindicados pelo governo Trump de ilusórios. A Ucrânia tem uma grande indústria de minério de ferro, mas o acordo não parece incluí-la.

“A questão fundamental é que a Ucrânia possui depósitos de uma variedade de minerais críticos, avaliados em valores essencialmente imaginários”, afirmou Jacquez. “Há uma razão pela qual poucos desses projetos de mineração estão sendo desenvolvidos fora da China — nas atuais condições econômicas, isso faz pouco sentido para os investidores.”

O que diz o acordo? 9v3v

Autoridades do governo ucraniano acreditam que o texto assinado é melhor do que o que estava em discussão no início do ano. Anteriormente, Donald Trump falava em um tratado em que a Ucrânia reembolsaria todos os bilhões de dólares em ajuda e apoio militar que recebeu nos últimos três anos. Não é o caso. Em vez disso, o acordo criará um fundo de investimento conjunto para ajudar a Ucrânia a pagar por futuras ajudas militares e humanitárias, bem como pelos esforços de reconstrução após o fim da guerra.

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Este não é um acordo de paz – não há garantias explícitas de segurança dos americanos para a Ucrânia. Mas existe uma crença tácita de que, se os Estados Unidos investirem mais dinheiro no país, eles vão querer proteger esses interesses.

A versão mais recente do acordo, obtida pelo jornal americano The Washington Post, afirma que Kiev e Washington concordaram com um “alinhamento estratégico de longo prazo”, com o “apoio dos Estados Unidos à segurança, prosperidade, reconstrução e integração da Ucrânia às estruturas econômicas globais”.

Essa linguagem por si só já representa uma vitória para Kiev, que tem buscado qualquer demonstração de apoio dos americanos desde que a relação entre os dois países se tornou instável sob o governo Trump. Uma versão inicial do texto, apresentada a Zelensky em fevereiro, oferecia muito pouco à Ucrânia e descrevia o arranjo como um meio para Washington recuperar o custo de sua ajuda militar. Na época, o presidente ucraniano se recusou a o documento, insistindo que não concordaria com nenhum tratado que definisse a assistência americana como dívida. Ele também criticou a falta de clareza da primeira versão em relação à segurança futura da Ucrânia.

Autoridades de Kiev reescreveram o documento e pretendiam assiná-lo durante uma visita a Washington, em fevereiro. Esse plano deu errado quando Trump e o vice-presidente americano, J.D. Vance, criticaram Zelensky ao vivo na TV no Salão Oval, antes dele cancelar o restante de sua visita à Casa Branca.

Desde então, a picuinha e a inconclusão do tratado sobre os minerais pairava sobre mediação dos Estados Unidos de um acordo de paz entre Rússia e Ucrânia, discutido paralelamente.

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