Esgrimista se recusa a competir com mulher trans e é eliminada de torneio; vídeo 672y
Stephanie Turner se ajoelhou na pista antes do combate contra Redmond Sullivan e foi punida com cartão preto, conforme regras internacionais da esgrima 2413n

Uma cena registrada durante um torneio regional de esgrima nos Estados Unidos, no último fim de semana, ganhou repercussão nacional e reacendeu o debate sobre a participação de atletas trans em competições esportivas. A esgrimista Stephanie Turner foi desclassificada da competição após se recusar a enfrentar Redmond Sullivan, atleta transgênero que participava da categoria feminina.
O episódio ocorreu no Cherry Blossom Open, realizado na Universidade de Maryland, em 30 de março. No momento em que o combate teria início, Turner se ajoelhou na pista, retirou o capacete e comunicou ao árbitro e à adversária que não iria competir. Segundo o regulamento da Federação Internacional de Esgrima (FIE), a recusa em enfrentar um oponente elegível resulta em desqualificação imediata — medida aplicada com a exibição de um cartão preto, o mais grave da modalidade.
Federação reafirma política inclusiva 4aq3t
A USA Fencing, entidade que rege o esporte nos Estados Unidos, confirmou a desqualificação de Turner e afirmou, em nota, que a decisão não teve relação com declarações pessoais, mas com o descumprimento das normas vigentes. “Uma atleta não pode se recusar a enfrentar uma adversária devidamente inscrita por qualquer motivo. A recusa resulta em desclassificação, conforme previsto no regulamento da FIE”, declarou a organização.
A entidade também reiterou seu compromisso com a inclusão. Desde 2023, a USA Fencing adota uma política que permite que atletas trans e não binários participem de torneios de acordo com sua identidade de gênero. “Acreditamos que todos devem ter a oportunidade de praticar esportes em ambientes seguros e respeitosos”, diz o comunicado.
A organização afirmou ainda que está aberta a revisar a política com base em novas evidências científicas ou mudanças no movimento olímpico e paralímpico internacional, mas reforçou que seguirá priorizando a inclusão.
Declarações dividem opiniões nas redes sociais 614r3z
Turner, em entrevista ao canal Fox News, afirmou que tomou a decisão de protestar na noite anterior ao torneio, ao saber que competiria contra Sullivan. Ela justificou o gesto com base em sua convicção pessoal de que “torneios femininos devem ser exclusivos para mulheres cisgênero”.
O vídeo do protesto foi amplamente compartilhado nas redes sociais por perfis conservadores e críticos à participação de mulheres trans em categorias femininas. A ex-tenista Martina Navratilova, ativista pelos direitos LGBTQIA+ mas crítica da presença de atletas trans em esportes femininos, também se manifestou em apoio à esgrimista desclassificada.
Por outro lado, diversas vozes defenderam a manutenção de políticas inclusivas no esporte e criticaram o teor do protesto de Turner. A USA Fencing, em seu posicionamento público, enfatizou a importância de discussões respeitosas e baseadas em evidências, e reforçou que manifestações que envolvam discriminação ou discurso de ódio não serão toleradas.
Participação de Sullivan e desfecho do torneio 24675u
Redmond Sullivan, alvo do protesto, não deu declarações públicas após o episódio. Esta é sua primeira temporada competindo na categoria feminina, após ter participado de torneios masculinos em anos anteriores. Sullivan terminou o torneio na 24ª colocação entre 39 participantes.
Embora o torneio tenha sido realizado em uma universidade, ele não estava vinculado à liga universitária oficial (NCAA), que recentemente aprovou regras mais restritivas em relação à participação de atletas trans. O caso ocorre em meio a um cenário de polarização política nos Estados Unidos, onde medidas pró e contra a inclusão de pessoas trans no esporte têm sido adotadas em diferentes níveis.