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Setor privado dos EUA cria 62 mil vagas em abril, bem abaixo do esperado

A expectativa era de criação de 115 mil vagas. O número de março também foi revisado para baixo, de 155 mil para 147 mil

Por Luana Zanobia Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 30 abr 2025, 10h29 - Publicado em 30 abr 2025, 10h23

O setor privado dos Estados Unidos criou apenas 62 mil empregos em abril, segundo dados da ADP, bem abaixo das 115 mil vagas esperadas e também inferior ao volume do mês anterior. O número de vagas criadas em março foi revisado para baixo, de 155 mil para 147 mil.

Os dados reforçam a percepção de desaceleração gradual, um movimento que o banco central americano, o Federal Reserve (Fed), vinha buscando desde o início do seu ciclo de aumento de juros. Ainda assim, a velocidade com que o arrefecimento vem ocorrendo começa a acender o alerta. Se a economia americana perder tração demais, os riscos de uma desaceleração mais aguda, ou mesmo de uma recessão, voltam ao radar.

Por outro lado, a pressão salarial segue teimando em contrariar o roteiro da desinflação. Os salários médios subiram 4,5% em abril. Entre os que trocaram de emprego, os ganhos foram ainda maiores: 6,9%, um avanço em relação aos 6,5% de março. Em uma economia onde o consumo das famílias responde por cerca de 70% do PIB, aumentos salariais desse calibre mantêm viva a demanda — e, com ela, os preços.

É esse equilíbrio delicado que o Fed tenta preservar: desacelerar o mercado de trabalho sem derrubá-lo; conter a inflação sem paralisar a economia. A expectativa do mercado é que o banco mantenha os juros inalterados, no intervalo de 4,25% a 4,50% ao ano, pelo menos até junho ou julho. O relatório oficial de empregos, o payroll, que será divulgado na sexta-feira, 2, pode mudar novamente as expectativas. Por ora, o mercado precifica cerca de dois cortes até o fim do ano.

Além dos vetores internos, há riscos externos no horizonte. A retórica protecionista do presidente Donald Trump já começa a afetar decisões empresariais. Tarifas mais altas sobre importações — especialmente da China — podem impactar cadeias de suprimentos, elevar custos e forçar cortes de pessoal em setores vulneráveis. Ainda é cedo para medir os efeitos práticos, mas o fantasma do isolacionismo econômico pesa sobre os planos de investimento.

O número fraco de abril pode não ser suficiente, sozinho, para convencer Jerome Powell a puxar o gatilho do corte de juros. Mas ele contribui para consolidar a narrativa de que o mercado de trabalho está esfriando. A questão central é se o Fed vai esperar mais evidências ou decidir agir preventivamente. A resposta, como de costume, virá em pequenos sinais: na próxima reunião, nas entrelinhas dos discursos, ou no tom da conferência de imprensa.

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