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O tropeço dos serviços: setor-chave da economia volta a encolher

O Índice de Gerentes de Compras (PMI) recuou para 48,9, abaixo da marca de 50 que separa expansão de contração. Foi a primeira leitura negativa desde janeiro

Por Luana Zanobia Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 6 Maio 2025, 11h10

Depois de dois meses de crescimento, a atividade do setor de serviços no Brasil voltou a encolher em abril. O Índice de Gerentes de Compras (PMI, na sigla em inglês), calculado pela S&P Global, recuou de 52,5 em março para 48,9, abaixo da marca de 50 que separa expansão de contração. Foi a primeira leitura negativa desde janeiro.

O recuo no setor de serviços – que responde por cerca de 70% do PIB do país – não aconteceu isoladamente. A economia como um todo também perdeu fôlego. O PMI composto, que agrega os desempenhos dos setores industrial e de serviços, caiu de 52,6 para 49,4 em abril. O resultado é um setor privado que volta ao modo de contração, depois de dois meses de alívio.

Responsável por cerca de 70% do PIB brasileiro, o setor de serviços deu sinais claros de arrefecimento. Houve queda nas novas encomendas, desaceleração nas contratações e inflação ainda em patamares elevados. “As empresas atribuíram a piora às dificuldades nas vendas, à concorrência acirrada e a restrições financeiras”, afirmou Pollyanna De Lima, diretora associada da S&P Global Market Intelligence.

Segundo os entrevistados da pesquisa, as novas encomendas diminuíram pela primeira vez em três meses — ainda que de forma modesta — e, diante do cenário adverso, as empresas aram a adotar uma postura mais cautelosa na contratação de pessoal.

No lado dos custos, os preços dos insumos continuaram subindo de forma significativa, embora o ritmo tenha sido o mais brando em quatro meses. Ainda assim, o índice ajustado sazonalmente segue quase dez pontos acima da média de longo prazo. Alimentos, combustíveis, materiais e aluguéis lideraram os aumentos, com a desvalorização do real sendo apontada como um dos principais fatores de pressão. Para preservar as margens, muitas empresas rearam parte dos aumentos ao consumidor final, enquanto outras recorreram a descontos pontuais na tentativa de reanimar a demanda. O resultado é um cenário de inflação resiliente em um ambiente de consumo fragilizado.

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A inflação de serviços, em particular, é um dos fatores que levam o Banco Central a manter uma postura cautelosa em relação ao corte de juros. Com a taxa Selic em 14,25% ao ano, o Comitê de Política Monetária (Copom) deve anunciar novo aumento na taxa na reunião na quarta-feira, 7, com o mercado majoritariamente apostando em uma elevação de 0,5 ponto percentual. A combinação de juros elevados com inflação alta afeta especialmente o setor de serviços, altamente dependente do consumo das famílias e da renda disponível.

Apesar das adversidades, o setor não perdeu totalmente a confiança. Empresários demonstraram mais otimismo em relação ao futuro do que no mês anterior, sugerindo a percepção de que os obstáculos atuais podem ser ageiros. Esse sentimento pode refletir a expectativa de desaceleração inflacionária e de algum alívio monetário no segundo semestre — especialmente se o Federal Reserve iniciar o ciclo de cortes nos Estados Unidos.

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