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O que ficará mais caro nos EUA, após tarifaço de Trump contra Canadá, México e China

Medidas impostas pelo republicano aos três países deverão ser pagas pelos consumidores americanos

Por Márcio Juliboni Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 3 fev 2025, 10h53 - Publicado em 3 fev 2025, 10h33

Neste fim de semana, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, cumpriu outra promessa de campanha e anunciou a imposição de sobretaxas de importação aos produtos do Canadá, México e China. As importações canadenses e mexicanas pagarão uma tarifa adicional de 25%, com exceção do petróleo e derivados do Canadá, que arcarão com uma alíquota de 10%. No caso das mercadorias chinesas, a taxa será de 10%. O tarifaço entrará em vigor à meia-noite de segunda para terça-feira 4 e deve provocar uma alta generalizada de preços, segundo economistas americanos.

Entre os bens que sofrerão o impacto das medidas, estão as autopeças e os veículos importados. Pouco mais de 20% dos carros que circulam nos Estados Unidos são fabricados no Canadá ou no México. Segundo a agência de notícias Associated Press (AP), em 2023, as importações de carros de eio e caminhões leves do México somaram 69 bilhões de dólares – mais do que as de qualquer outro país. Já as vendas de veículos canadenses no mercado americano totalizaram 37 bilhões de dólares.

O setor automotivo também será impactado pelas sobretaxas aplicadas às autopeças. Ainda segundo a AP, em 2023, os mexicanos exportaram para os Estados Unidos 78 bilhões de dólares em autopeças, e os canadenses, 20 bilhões. Os motores das picapes da série Ford F e o Mustang, um dos carros mais idolatrados pelos americanos, são fabricados no Canadá.

Andar de carro também ficará mais caro por outro motivo: o esperado aumento dos combustíveis. Segundo a AP, entre janeiro e novembro do ano ado, os canadenses venderam 90 bilhões de dólares em petróleo para os americanos, e os mexicanos, mais 11 bilhões. De acordo com a AP, trocar o petróleo do Canadá por outra fonte não será fácil, já que a maioria das refinarias americanas foi construída para processar o tipo de óleo proveniente do país vizinho, e não o extraído nos Estados Unidos.

Já a sobretaxa de 10% a produtos chineses impactará uma ampla variedade de bens de consumo, que abrange de roupas a brinquedos, ando por eletroeletrônicos e computadores. 

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Os alimentos e doces também ficarão mais caros. A AP lembra que, em 2023, os Estados Unidos importaram mais de 45 bilhões de dólares em produtos agrícolas do México. Nesta conta, estão 63% dos vegetais e 47% das frutas consumidas no país. Os agricultores canadenses faturaram outros 40 bilhões de dólares exportando para os americanos.

O tarifaço de Trump pode irritar os americanos em questões bem práticas. Um analista de mercado lembrou à AP que 90% dos abacates consumidos no país provêm do México. Boa parte é utilizada na produção de guacamole, um molho muito apreciado por quem assiste ao futebol americano – e estamos às vésperas do SuperBowl, o maior evento esportivo do país.

Outro desdobramento que tende a azedar o humor dos consumidores é a guerra das bebidas. Em 2023, de acordo com a AP, os americanos importaram do México 4,6 bilhões de dólares em tequila e 108 milhões de dólares em mezcal, outra bebida destilada. Já o Canadá vendeu 537 milhões de dólares em destilados aos americanos, incluindo 202 milhões em uísque.

 

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