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O ansiolítico que o mercado quer, o BC de Galípolo não vai fornecer

O presidente do BC disse que a prioridade do BC é acompanhar os dados e manter a taxa em nível restritivo por mais tempo

Por Camila Pati Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 19 Maio 2025, 12h32

Apesar de o mercado buscar um “ansiolítico” — ou seja um sinal claro do Banco Central sobre os próximos os dos juros —, o Banco Central  não pretende oferecer isso agora. Em vez disso, a estratégia do presidente Gabriel Galípolo do BC será repetir mensagens e construir credibilidade mostrando, com consistência, que a taxa de juros vai continuar num nível restritivo por mais tempo.

O cenário marcado por incertezas, tanto internas quanto externas, impede qualquer sinalização sobre eventuais mudanças na taxa básica de juros, segundo Galípolo.  Segundo ele, que participou nesta segunda-feira de evento promovido pelo Goldman Sachs, a prioridade no momento é acompanhar os dados e manter a taxa em nível restritivo por mais tempo.

“Acho que está muito distante esse processo para a gente fazer qualquer tipo de sinalização nesse sentido”, afirmou. Para Galípolo, o debate sobre a política monetária agora se desloca dos ajustes na taxa para o tempo de manutenção de juros em patamar elevado. “Acho que é normal que você comece a dar mais peso na discussão sobre o tempo que essa taxa de juros vai permanecer restritiva e menos sobre a questão da calibragem ou do tatear ali no ajuste, acho que isso ganha mais importância no próprio processo de convergência para a meta”.

Diante da baixa visibilidade sobre o cenário à frente, o BC precisa agir com prudência, segundo ele. “Nós precisamos agora reunir confiança através do consumo de dados para analisar essa convergência”, disse. “Dado o que aconteceu no ado recente, dado o nível de desencoragem que a gente tem das expectativas, que a gente tem consciência que dessa vez nós precisamos permanecer com essa taxa de juros por mais tempo num patamar restritivo”.

Galípolo reforçou que o Banco Central não trabalha com um único dado como gatilho para decisões, e sim com um conjunto amplo de indicadores. “Não tem esse ponto, não, ‘é para isso aqui que eu devia olhar’. Não. É para tudo o que a gente está discutindo na ata mesmo”, afirmou. “A gente não devia nem se emocionar com o Caged muito mais fraco nem com um dado da indústria específico uma vez um pouco mais forte, a gente tem que reunir dados para poder confirmar uma tendência”.

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Ele também fez um alerta sobre os riscos de atribuir peso excessivo a indicadores isolados: “Acho que é normal num momento como esse você enxergar volatilidade, sinais que podem ser dissonantes, então por isso que dar peso para um único dado, eu acho que atrapalharia ainda mais. Nossa meta não é reduzir volatilidade, mas se puder não trazer mais volatilidade ajuda”.

O futuro da política monetária

Sobre a tentativa de prever os próximos os da política monetária, Galípolo afirmou que não há resposta única. “Infelizmente eu não dou a resposta sobre o que a gente vai fazer”, disse.

Diante das incertezas, qualquer tentativa de guidance poderia ser precipitada. “Acho que a gente pular pra uma nova amarra sobre o que é que nós vamos fazer”, disse. O presidente do BC disse que entende a busca do mercado por uma indicação de os futuros mas afirmou que isso não é possível agora. “Esse é um momento que, infelizmente, o Banco Central não vai poder tá fornecendo esse ansiolítico especificamente”.

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