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Medo de recessão nos Estados Unidos, após tarifaço de Trump, implode bolsas pelo mundo

Goldman Sachs elevou de 35% para 45% as chances de recessão nos Estados Unidos nos próximos doze meses, devido ao tarifaço de Trump

Por Márcio Juliboni Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 7 abr 2025, 12h55 - Publicado em 7 abr 2025, 10h35

O tarifaço imposto pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, às importações de mais de 100 países segue pressionando as principais bolsas de valores do mundo neste segunda-feira 7. Estabelecidas por uma ordem executiva assinada por Trump em 2 de abril, as tarifas recíprocas entraram em vigor neste sábado 5. O início da vigência das sobretaxas é o motivo mais imediato para o banho de sangue que chacoalha os mercados hoje, mas não é o único.

Os investidores também reagem a um relatório do Goldman Sachs que eleva de 35% para 45% as chances de que os Estados Unidos entrem em recessão nos próximos doze meses, devido ao acirramento do protecionismo trumpista. A imprensa americana lembra que esta foi a segunda vez, em uma semana, que o Goldman Sachs aumentou o risco de recessão americana. Na segunda-feira ada, 31 de março, a instituição havia elevado as chances de 20% para 35%. Na ocasião, o Goldman justificou a decisão, citando “a aguda deterioração recente da confiança da população e das empresas e as declarações da Casa Branca que indicam um forte desejo de tolerar o enfraquecimento econômico no curto prazo para implementar suas políticas”.

Agora, o banco afirma que os principais fatores para elevar as chances a 45% foram “o forte aperto nas condições financeiras, boicotes de consumidores estrangeiros e um aumento contínuo da incerteza política que provavelmente reduzirá os investimentos em capital mais do que havíamos previsto anteriormente”.

Como se sabe, o tarifaço de Trump foi dividido em duas etapas. No último sábado 5, entrou em vigor a tarifa mínima de 10% para todas as importações que chegam aos Estados Unidos. Na próxima quarta-feira 9, começarão a vigorar as tarifas mais elevadas para parceiros comerciais específicos como a China e a União Europeia, com os quais os americanos mantêm relações mais intensas e déficits maiores.

Nas contas do Goldman, se “a maioria das tarifas de 9 de abril entrarem em vigor, então a taxa tarifária efetiva aumentará em cerca de 20 pontos percentuais, assim que esses aumentos e prováveis ​​tarifas setoriais arem a vigorar, mesmo que se permitam alguns acordos específicos de cada país em uma data posterior”. O reflexo disso, segundo a instituição, é a desaceleração da economia. Em seu cenário base, o banco cortou a estimativa de crescimento do PIB dos Estados Unidos de 1,5% para 1,3% neste ano. Também aposta que o Federal Reserve promova três cortes consecutivos de 0,25 ponto percentual na taxa básica de juros, iniciando em junho.

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Embora o relatório do Goldman seja o principal gatilho do tombo das bolsas nesta segunda, a previsão não é a mais pessimista. Outros bancos estão mais sombrios. Um exemplo é o J.P. Morgan, que estima em 60% as chances de recessão dos Estados Unidos devido ao tarifaço de Trump.

O fantasma da recessão assombra também outros países, contribuindo para a queda generalizada das bolsas de valores nesta segunda-feira. O recuo de mais de 2% da cotação do petróleo é um exemplo. A expectativa de que a economia global não resista à guerra protecionista liderada pelos Estados Unidos leva os analistas a projetar uma queda da demanda de petróleo com reflexos em sua cotação.

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