Ibovespa recua e dólar avança após congelamento de R$ 31,3 bi do Orçamento brasileiro
Governo brasileiro congelará R$ 31,3 bi do Orçamento; corte de impostos de Trump é aprovado nos EUA

O Ibovespa registrou baixa de 0,44% no fim do pregão, aos 137.272 pontos, enquanto o dólar fechou em alta de 0,32%, cotado a 5,67 reais, nesta quinta-feira, 22. O mercado financeiro ou o dia de olho nas novas medidas fiscais aprovadas no Brasil e nos Estados Unidos, temas que voltaram a pautar os preços dos ativos nos últimos dias.
No cenário doméstico, todas as atenções se voltaram à medida dos ministérios do Planejamento e do Orçamento e da Fazenda de congelar 31,3 bilhões de reais no Orçamento de 2025, acima das estimativas do mercado, que calculava uma contenção de 10 a 15 bilhões de reais. O governo afirmou que o valor inclui tanto bloqueios e contingenciamentos, que devem ser acionados quando o ritmo de execução dos gastos apontar para o risco de não cumprimento das metas fiscais e do teto de gastos estipulados pelo arcabouço fiscal e pela lei orçamentária de 2025.
A Fazenda aproveitou para divulgar mais projeções sobre o Orçamento do ano. Segundo dados do Relatório de Avaliação de Receitas e Despesas Primárias do segundo bimestre, o governo prevê um aumento de 67,5 bilhões de reais no rombo fiscal: a estimativa para o resultado primário ou de um déficit de 29,5 bilhões de reais para um déficit de 97 bilhões de reais.
De olho nesse cenário, a sequela deixada no mercado financeiro pelo debate fiscal e pelos riscos de não cumprimento das metas volta a ressoar, forçando uma menor demanda por ativos de risco e levando investidores a buscar maior proteção.
No exterior, o destaque foi a aprovação do pacote de cortes de impostos e aumento de gastos proposto pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. A maioria da Câmara dos Representantes votou a favor do projeto nesta manhã, o que aumenta o nível de incerteza dos investidores em relação ao risco fiscal americano. De acordo com projeções de economistas, a dívida pública do país corre mais risco de ultraar 37 trilhões de reais na próxima década.