Ibovespa atinge novo recorde após nota de crédito dos EUA e falas de Galípolo sobre juros
Moody's aciona corte na nota de crédito dos Estados Unidos; Galípolo indicou que Banco Central pode manter os juros altos por mais tempo

Nesta segunda-feira, 19, o dólar fechou em baixa de 0,25%, cotado a R$ 5,65, enquanto o Ibovespa, principal índice da B3, registrou alta de 0,32% no fim do pregão, aos 139.636 pontos, o maior patamar já atingido em sua série histórica. Hoje, os negócios foram influenciados pelo rebaixamento da nota de crédito dos Estados Unidos e por índices macroeconômicos divulgados no Brasil.
No mercado internacional, o que chama a atenção é a decisão da agência de classificação de risco Moody’s de remover o triplo A da nota de crédito dos Estados Unidos e substituí-lo para AA1. Essa medida significa que a agência aponta para um aumento do risco de não honramento das dívidas e afirma que a razão principal é o crescimento da dívida pública do país. Apesar de a probabilidade ser maior, ela ainda é baixa, mas a situação mexeu com o humor dos investidores e impulsionou um ciclo de baixa nas bolsas americanas nesta manhã.
No fechamento de mercado, todavia, os índices de Nova York se recuperaram das fortes quedas, mas ainda encerraram sem muito otimismo. O S&P 500 registrou baixa de 0,09%, enquanto o Dow Jones teve alta de 0,32%. O Nasdaq fechou próximo à estabilidade.
No cenário doméstico, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou o Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br), considerado uma “prévia” do Produto Interno Bruto (PIB). Ele subiu 0,80% em março em comparação ao mês anterior, o que foi acima das expectativas do mercado, que projetava crescimento de 0,50%. De acordo com o índice, a atividade econômica brasileira registrou expansão de 4,17% em um ano e, no trimestre encerrado em março, avançou 1,30% em relação ao mesmo período de 2024.
Em relação à política monetária do Brasil, Gabriel Galípolo, presidente do Banco Central, afirmou que construirá credibilidade mostrando, com consistência, que a taxa de juros vai continuar num nível restritivo por mais tempo. “Esse é um momento que, infelizmente, o Banco Central não pode fornecer esse ansiolítico especificamente”, disse ele sobre o futuro da política monetária em evento nesta tarde.
O Boletim Focus também foi divulgado e revisou a projeção da inflação em 2025 levemente para baixo: de 5,51% para 5,50%. É a quinta semana consecutiva que os economistas consultados pelo Banco Central diminuem a estimativa para o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) anual, mas a porcentagem ainda segue acima do teto da meta, que é de 4,5%. O centro da meta é de 3%, com margem de tolerância de 1,5 ponto percentual para mais ou para menos.