Comércio varejista atinge recorde histórico em março, aponta IBGE
Maior impulso veio do setor de livros, jornais, revistas e papelaria, que registrou uma alta expressiva de 28,2% no mês

As vendas do comércio varejista brasileiro cresceram 0,8% em março, na comparação com fevereiro, e alcançaram o maior patamar da série histórica iniciada em 2000. Os dados são da Pesquisa Mensal de Comércio (PMC), divulgada nesta quinta-feira pelo IBGE. É o terceiro resultado positivo consecutivo do setor, o que elevou a média móvel trimestral para 0,6%.
Segundo o gerente da pesquisa, Cristiano Santos, o destaque do mês foi a amplitude do crescimento. “Tivemos seis atividades em crescimento, inclusive as com mais peso, como a farmacêutica e hiper e supermercados”, afirmou. Só o segmento de hiper e supermercados subiu 0,4% em março, após avanço de 1,2% em fevereiro.
Na lista de maiores crescimentos, o setor de livros, jornais, revistas e papelaria registrou alta de 28,2%, seguido por equipamentos e material para escritório, informática e comunicação (3,0%). “O desempenho do setor de livros se deslocou de fevereiro para março por conta de alterações no calendário escolar e nos contratos de fornecimento de material didático”, explicou Santos. Já no caso dos eletrônicos, a volatilidade recente do dólar influenciou o ritmo de reposição de estoques.
Outros avanços vieram dos segmentos de artigos de uso pessoal e doméstico (1,5%), artigos farmacêuticos (1,2%) e vestuário (1,2%).
Entre os recuos, dois setores apresentaram queda no mês: móveis e eletrodomésticos (-0,4%) e combustíveis e lubrificantes (-2,1%).
No chamado varejo ampliado, que inclui veículos e material de construção, houve crescimento de 1,9% frente a fevereiro. O setor de veículos e peças subiu 1,7%, e material de construção, 0,6%.
Na comparação com março de 2024, o volume total de vendas caiu 1,0%. Cinco dos oito segmentos recuaram, com destaque para papelaria (-6,9%) e artigos de uso pessoal e doméstico (-6,3%). Em contrapartida, móveis e eletrodomésticos avançaram 3,3% no ano, seguidos por produtos farmacêuticos (2,1%) e vestuário (1,4%).
Já o varejo ampliado registrou queda de 1,2% em relação ao mesmo mês do ano anterior. A retração foi puxada pelas vendas de veículos (-2,2%) e do atacado de produtos alimentícios (-3,6%). A exceção foi o setor de material de construção, com alta de 5,2%.