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A bem-vinda revolução no concurso que revelou Gisele e Cindy Crawford 5g3u6p

The Look of The Year está mais democrático: já não exige altura mínima (1,73 m) nem quadril de no máximo 90 cm 5w5c2w

Por Melina Dalboni Atualizado em 4 jun 2024, 13h26 - Publicado em 9 jul 2021, 06h00

O mercado de modelos vive uma reviravolta. Decididas a se supermodernizar, as agências buscam ampliar o perfil de seus elencos para se aproximar da beleza comum, de gente como a gente. Basta espiar os comerciais de TV para perceber que os cachês não estão mais concentrados em mulheres como “Isabelis” Fontana e seus olhos azuis ou “Giseles” Bündchen e seus cabelos dourados. A diversidade é a pauta. Não à toa, um dos concursos mais disputados do país, o The Look of The Year, abandonou pré-requisitos de altura (mais de 1,73 metro) e medida de quadril (até 90 centímetros), e permite que o próprio candidato escolha em qual categoria se inscrever, se feminina ou masculina. “O mercado procura pessoas reais”, diz a diretora de casting Alice Wolfenson, que trabalha em campanhas de marcas como Natura e Avon. “Os negros estão em evidência, assim como os corpos plus size. O interesse é por personalidade e autenticidade.”

Antes a pessoas altíssimas e magérrimas, o The Look of The Year está mais democrático. Se a candidata for baixinha, é bem-vinda. Se for acima do peso, também. Se for grisalha ou LGBTQIA+, ótimo. “Abrir mão de pré-requisitos traz representatividade”, afirma Liliana Gomes, sócia da Joy Model, que promove o concurso no Brasil desde 2013. “Modelos devem espelhar o comportamento de uma época. O consumidor, hoje, com ruidosa voz pelas redes sociais, não quer se adaptar à moda, é a moda que tem de se aproximar dele.”

De família miscigenada, Liliana lembra que em seu tempo de modelo, nos anos 1980, quando John Casablancas, o fundador da Elite Model, criou o The Look of The Year, os olhos azuis e peles claras dominavam as arelas. “Não havia lugar para mulheres como eu, de origem negra e indígena”, lembra a empresária, que coordenava a edição brasileira do concurso nos anos 1990 e que revelou Gisele Bündchen, Caroline Ribeiro, Alessandra Ambrosio, entre outras. No exterior, o concurso serviu de plataforma para Cindy Crawford.

A primeira edição, em 1983, permitia apenas mulheres na etapa mundial e exigia altura mínima. No ano ado, entre os primeiros colocados da etapa brasileira do certame estava a mulher transexual baiana Oda. O único pré-requisito deste ano é ter 16 anos ou mais, por exigência da lei. Para quem ainda pensa que concursos são apenas para jovens, celebre-se o sucesso da jornalista Sheila O’Callaghan, de 51 anos, um dos principais faturamentos da Joy Model. “Ainda bem que a padronização da modelo alta, magra e jovem está acabando”, diz a diretora de casting Claudia Secaf, que já testemunhou profissionais serem cortadas por estilistas na São Paulo Fashion Week (SPFW) por terem 1 centímetro a mais que o esperado no quadril.

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Ter um casting mais variado agora é regra da SPFW. A mais recente edição do evento, encerrada em 27 de junho, impôs equidade racial. Metade dos modelos contratados deveria ser afrodescendente ou de origem indígena. “Como porta-voz da sociedade, a moda sabe que precisa cumprir a lição de diversidade”, observa Paulo Borges, idealizador e diretor criativo da SPFW. Os tempos estão mudando, e é extraordinário acompanhar as movimentações diante de nossos olhos — e pouco importa a forma de beleza. O corpo é como um manifesto de expressão.

Publicado em VEJA de 14 de julho de 2021, edição nº 2746

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