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‘Portas estão se abrindo’, diz sócia de distribuidora de filmes nacionais 3a316f

À coluna GENTE, Letícia Friedrich analisa o cenário do audiovisual brasileiro e fala sobre os desafios de trabalhar no setor 692j3d

Por Nara Boechat Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 10 jun 2025, 12h12 - Publicado em 7 jun 2025, 14h00

Apaixonada por cinema desde o início da adolescência, Letícia Friedrich, 40 anos, construiu uma carreira sólida na sétima arte, tanto na produção quanto na distribuição de filmes. Atualmente, é sócia e diretora da Vitrine Filmes, empresa responsável por distribuir o mais recente sucesso nacional: O Agente Secreto, longa de Kleber Mendonça Filho, premiado no Festival de Cannes, na França. Em conversa com a coluna GENTE, Friedrich fala sobre os desafios de atuar no setor do audiovisual, especialmente como mulher, analisa o papel das distribuidoras em tempos de múltiplas telas e celebra o bom momento que o cinema brasileiro atravessa.

Como começou a relação com o cinema? Minha relação com o cinema vem desde a adolescência. Sempre dizia aos meus pais que queria trabalhar com isso e, aos 14 anos, meu pai me presenteou com o livro Fazendo Filmes, do Sidney Lumet. Ao ler o livro, tive ainda mais certeza de que era com cinema que eu queria trabalhar. Tive o apoio da minha família, me formei em Cinema, fiz pós-graduação na área e trabalho com isso desde os 17 anos.

Quais foram os filmes e cineastas que mais te marcaram ao longo da carreira? O que me inspira são os movimentos cinematográficos e as formas coletivas e autorais de se fazer cinema. O Cinema Novo brasileiro e a Nouvelle Vague sa, por exemplo, me impactaram profundamente com sua urgência política, estética e sua reinvenção das formas narrativas. O cinema asiático dos anos 2000 também foi muito importante, especialmente pela sensibilidade, ritmo e abordagem visual. E, mais recentemente, tenho acompanhado com interesse o cinema independente norte-americano — nomes como Sean Baker, Kelly Reichardt, Jordan Peele e Greta Gerwig têm me inspirado por suas propostas ousadas em termos de linguagem. 

Qual é o desafio de trabalhar com osetor no Brasil? Há um público que ainda está em processo de formação para o cinema brasileiro independente. Isso exige estratégias constantes de mediação, engajamento e construção de interesse em torno dos filmes. Além disso, há instabilidade nas políticas públicas e nos mecanismos de fomento, que impactam diretamente o planejamento e a sustentabilidade da distribuição independente. 

Há desafios como mulher? Sim, e não apenas na área de distribuição. Como mulher, é comum precisar reafirmar constantemente a competência, enfrentar resistências veladas – ou explícitas – e lidar com espaços majoritariamente ocupados por homens. A distribuição tem suas especificidades, claro, mas os obstáculos estruturais são mais amplos e refletem desigualdades que ainda persistem em todo o setor. 

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Como você enxerga o papel das distribuidoras diante do cenário de “múltiplas telas”? Precisamos falar mais sobre isso e incorporar, de forma prática, ferramentas de desenho de audiência e estratégias de distribuição desde o roteiro. A distribuidora pode e deve ser uma parceira criativa nesse processo, contribuindo para que o filme encontre seu público de forma mais orgânica e eficiente dentro desse cenário de múltiplas janelas e fragmentação de consumo.

O Brasil está em alta no cinema com os prêmios para Ainda Estou Aqui e O Agente Secreto. Qual é o impacto desse cenário? Estamos vivendo um dos períodos mais promissores do cinema brasileiro. As nossas produções estão sendo reconhecidas internacionalmente, o que é incrível, mas o mais significativo é o reconhecimento interno por parte do público e do mercado nacional. É emocionante ver o público comparecendo às salas para assistir ao nosso cinema. É lindo ver filmes brasileiros entre os 10 mais vistos da semana, e isso tem acontecido com frequência nos últimos meses. Esse novo cenário fortalece toda a cadeia do audiovisual e mostra que há espaço, público e interesse por narrativas brasileiras potentes e diversas.

A repercussão internacional dos filmes pode abrir novas portas para o cinema brasileiro? As portas já estão se abrindo. Este ano, o Brasil foi o país foco do Marché du Film no Festival de Cannes, o maior mercado de cinema do mundo. Esse destaque internacional vem, sem dúvida, impulsionado pelos prêmios recentes de filmes como Ainda Estou Aqui, Baby, Manas, Último Azul e O Agente Secreto, só para citar alguns dos filmes entre tantos outros que vem nos representando em festivais pelo mundo. É um momento único, que reforça a potência do cinema brasileiro no cenário global.

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Há projetos em andamento? Finalizamos as filmagens do documentário Todas as batidas de Gil, de Daniel Melo e Diógenes Muniz – projeto que mergulha na atuação política do músico Gilberto Gil, ex-ministro da Cultura, que foi ainda Secretário de Cultura, pré-candidato a prefeito e vereador de Salvador. Estão em processo de finalização: Leite em Pó, primeiro longa de ficção do premiado diretor Carlos Segundo, filmado em Natal e que está sendo finalizado na França, e Dentro do Ruído, primeiro longa da cineasta argentina Martina Juncadella, uma coprodução entre Argentina e França. Além disso, estamos desenvolvendo quatro projetos de longa-metragem.

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