O visto digital que tem levado brasileiros a criarem empresas na Estônia
Guillermo Chavez, Head dos mercados de linha espanhola e língua portuguesa de 'e-Residency', falou com a coluna GENTE

O Brasil tem ganhado cada vez mais relevância no programa de e-Residency da Estônia, consolidando-se como o principal mercado da América Latina. Atualmente, o país conta com mais de 1.400 e-residents (visto digital para que pessoas de qualquer lugar do mundo abram empresas por lá, sem necessidade de residência) e mais de 400 empresas registradas, o que coloca o Brasil na 22ª posição no ranking global de e-Residency entre mais de 185 países. Os e-residents brasileiros atuam, principalmente, nos setores de tecnologia, consultoria de negócios, tecnologia da informação, marketing e serviços de informação, refletindo as tendências globais do empreendedorismo digital.
Como reflexo desse crescimento, a Estônia (pequeno país norte-europeu ressurgido após fim da ex-URSS) acaba de anunciar a abertura de novos pontos móveis para a retirada da identidade digital em São Paulo, documento essencial para a conclusão do processo de adesão ao programa. Além da capital paulista, Buenos Aires também recebeu um ponto móvel. Guillermo Chavez, Head dos mercados de linha espanhola e língua portuguesa de e-Residency, falou com a coluna GENTE.
O que levou a Estônia a expandir o programa de e-Residency? É parte de sua estratégia para fortalecer a economia digital e internacionalizar seus serviços públicos e empresariais. O país identificou uma oportunidade única de atrair empreendedores estrangeiros interessados em abrir e gerenciar negócios dentro da União Europeia sem precisar estar fisicamente presentes na Estônia. A crescente demanda de profissionais remotos, freelancers e fundadores de startups de todo o mundo — combinada com a reputação da Estônia como uma das sociedades mais digitalmente avançadas do planeta — impulsionou a expansão do programa. A medida também responde ao sucesso inicial da iniciativa, que demonstrou forte potencial de geração de receita, inovação e atração de talentos internacionais.
Como o país se beneficia do empreendedorismo digital? A Estônia obtém uma ampla gama de benefíciosl. O principal deles é o crescimento econômico, impulsionado por impostos, taxas istrativas e pela atividade empresarial gerada pelas empresas fundadas por e-residents. O país também fortalece sua posição global como líder em governança digital, inovação e facilidade para fazer negócios, atraindo ainda mais talentos, investimentos e startups internacionais. Além disso, o modelo digital reduz os custos operacionais e burocráticos tanto para o governo quanto para os empreendedores, ao mesmo tempo que incentiva o desenvolvimento de um ecossistema de negócios global baseado na confiança, segurança e eficiência digital.
Quais são as características específicas dos participantes brasileiros no programa? Os participantes brasileiros do programa de e-Residency são, em geral, empreendedores digitais, freelancers, consultores e profissionais de tecnologia que buscam o ao mercado europeu, estabilidade jurídica e um ambiente mais favorável aos negócios. Muitos trabalham de forma remota e veem a Estônia como uma oportunidade de internacionalizar seus serviços, emitir faturas na União Europeia e abrir uma empresa com menos burocracia do que no Brasil.
E por que escolhem a Estônia? Devido ao custo relativamente baixo para estabelecer e manter uma empresa, à forte reputação digital do país e à possibilidade de gerenciar tudo online. Iniciativas como o Work in Estonia e o Startup Visa reforçam ainda mais o interesse, ao oferecer caminhos legais e práticos para o crescimento profissional com apoio institucional.