Como Alice Wegmann se transformou na ‘esquerdo-chata’ de ‘Vale Tudo’ 186w6e
Atriz interpreta Solange Duprat na trama escrita por Manuela Dias 131r1i

Desde a versão original de Vale Tudo, em 1988, Solange Duprat, interpretada na época por Lídia Brondi e agora por Alice Wegmann, carrega a essência da mulher moderna, independente e que não se curva à prepotência de outros. Um exemplo do seu perfil foi exibido no capítulo desta terça-feira, 6, quando a diretora de conteúdo da Tomorrow ficou revoltada com Odete Roitman (Debora Bloch) após tentativa de suborno. No trecho, a sogra oferece um emprego numa revista internacional em troca de convencer Afonso (Humberto Carrão) a se mudar para Paris. Há 40 anos, Solange disse que “não era mulher de conchavo”, mas no remake, Manuela Dias colocou o papel de Wegmann como o extremo do politicamente correto quando quis “lacrar” com um “eu sou resistência”.
A frase, que parece saída das redes sociais em tempos de polarização política, logo viralizou, mas não da forma como a personagem foi idealizada. Alguns a associaram a partidos de esquerda, como PSol, chegando a ganhar o apelido de “PSolange”, já outros criticaram a abordagem maniqueísta da autora. “Se ela estivesse numa manifestação, faria sentido. Mas conversando com a sogra?! A Manuela Dias me causa revolta”, disparou outro usuário do X. Isso pode dizer mais sobre o texto do que da interpretação de Alice, que, por sinal, cumpriu muito bem o seu papel. Enquanto tenta a todo custo “jogar” os conflitos da ficção para as redes, Manuela peca ao esquecer que precisa focar em outro campo: o de quem está sentado no sofá de casa. Engajamento é consequência, não pode ser a causa. Não custa lembrar.