A onda da direita na reta final u59b
O antipetismo ganha força, mas chega rachado na última semana do primeiro turno 2h301o

Na semana final do primeiro turno, seguem alguns pontos de atenção para navegar na avalanche de pesquisas, debates e conflitos dos próximos dias:
1. As eleições municipais operam em torno de três forças gravitacionais: o poder da máquina, a direita/bolsonarismo e o lulismo. Quando um candidato consegue juntar duas dessas forças, suas chances de vitórias são gigantes. É o caso de Eduardo Paes, no Rio, João Campos, no Recife, e Bruno Reis, em Salvador.
2. As cidades com o segundo turno indefinido são as que nenhum candidato reuniu duas dessas três forças. Há divisão do peso da máquina em Belo Horizonte (entre o prefeito Fuad Noman e o candidato do governador, Mauro Tramonte), no peso do antipetismo em São Paulo (entre Ricardo Nunes e Pablo Marçal) e Curitiba (entre Eduardo Pimentel, Cristina Graemi) ou entre o voto útil da esquerda em Porto Alegre (entre Maria do Rosário e Juliana Brizola), Belo Horizonte (entre Fuad Noman, Duda Salbert e Rogério Correia) e Fortaleza (entre Evandro Leitão e José Sarto).
3. Trakings nas campanhas Sul e Centro-Sul estão observando um movimento de crescimento acelerado das intenções de votos nos candidatos de direita em capitais como São Paulo, Belo Horizonte, Goiânia, Curitiba, Porto Alegre, Rio de Janeiro e Fortaleza.
4. A direita chega forte na reta final, mas rachada. Nem todo eleitor de direita obedece a Bolsonaro, como se vê em São Paulo, Curitiba e Goiânia.
5. Em São Paulo, a decisão de quem irá para o segundo turno depende da abstenção na periferia, onde o prefeito Ricardo Nunes é mais forte. Se os indicadores de abstenção das eleições adas se repetirem, o prefeito terá dificuldades. A onda direitista tende a embarcar em Marçal se não houver reação do prefeito.
6. Nem todo eleitor lulista é de esquerda. A maior parte se identifica com as políticas sociais de seu governo, mas não vota em candidatos progressistas, o que explica as dificuldades de Guilherme Boulos em avançar na periferia paulistana.
7. A decisão de Lula em não participar dos comícios finais vai afetar as chances do PT. É consciente. O presidente não quer se colar à derrota.