‘Citadel’ e ‘Os Anéis de Poder’ ilustram gastança sem filtros da Amazon 402z5k
Produções são consideradas caríssimas para o streaming, mas plataforma derrapa para manter qualidade apesar do dinheiro 211m7

Dinheiro é algo que não falta para a Amazon. Empresa mais valiosa do mundo, a marca liderada por Jeff Bezos vale, hoje, 299 bilhões de dólares. Com um poupança gorda como essa, a empresa tem despejado rios de dinheiro no Prime Video, e o pior, com produções que não são exatamente um caso de sucesso no streaming. Aposta mais recente da plataforma, o thriller de espionagem Citadel desembolsou 300 milhões de dólares para os seis episódios da temporada inicial. O gasto de 50 milhões por capítulo coloca o orçamento da série à frente de sucessos de público como Stranger Things (30 milhões) e A Casa do Dragão (20 mihões) — mas até o momento, sem a mesma repercussão.
Produzida pelos irmãos Russo, responsáveis pelos sucessos de mega-orçamento Vingadores: Guerra Infinita e Vingadores: Ultimato, Citadel acompanha dois agentes que seguem caminhos diferentes quando um atentado deixa ambos sem memória. Quando a agência de espionagem em que atuavam é ameaçada, figurões vão atrás da dupla para ajudar na disputa contra uma rival. Thriller clássico de espionagem, a produção é estrelada por Richard Madden e Priyanka Chopra Jonas, e o gasto exorbitante é fruto de uma combinação de salários elevados, gravações em diferentes países, cenas complexas e até regravações para deixar tudo da vontade dos diretores. O desenvolvimento, no entanto, se perde em clichês do gênero e não condiz com tamanho investimento.
Não é a primeira vez que isso acontece com o streaming. Considerada hoje a série mais cara já feita na televisão, O Senhor dos Anéis: Os Anéis de Poder gastou 1 bilhão de dólares nas duas primeiras temporadas — sendo 465 milhões na inicial. A trama chegou ao streaming repleta de expectativa pelos visuais estonteantes, e também pelo selo de Tolkien, que carrega consigo uma multidão de fãs. O resultado, porém, decepcionou, e a monotonia do enredo fez com que apenas 45% dos telespectadores chegassem ao final da produção, segundo um relatório do The Hollywood Reporter — o resto, desistiu em algum lugar no meio do caminho.
Com o bolso cheio de grana, a Amazon não hesita em gastar dinheiro para manter-se na guerra do streaming. A empresa, porém, não parece conseguir emplacar uma identidade própria: a ficção científica Periféricos, por exemplo, também foi alardeada como grande aposta da plataforma, mas não demorou a cair no esquecimento. Além disso, é difícil saber o tamanho exato da repercussão dos programas para além da internet. Isso porque, os s do Amazon Prime Video, na verdade, não são apenas do streaming, mas de um pacote de benefícios da empresa, dificultando a identificação do quanto a plataforma realmente rende para a empresa. Essa associação, inclusive, talvez dê à plataforma uma liberdade maior, já que não depende apenas de si mesma — seria, nesse caso, um chamariz para as pessoas usarem outros serviços da empresa. De uma forma ou de outra, se há tanto dinheiro disponível, melhor seria investir em tramas que valem a pena.