Namorados: Assine Digital Completo por 5,99
Imagem Blog

Reinaldo Azevedo 6p1k4t

Por Blog Materia seguir SEGUIR Seguindo Materia SEGUINDO
Blog do jornalista Reinaldo Azevedo: política, governo, PT, imprensa e cultura

Sim, eu continuo a refutar a tese do cartel porque acho que ela protege bandidos e porque as palavras fazem sentido ai65

Ai, ai, vamos lá. Desde o começo dessa história, basta entrar nos arquivos, eu contesto a tese do cartel de empreiteiras. Só um ignorante rematado ou um oportunista de má-fé infere que, se a minha tese triunfasse, isso seria bom para as empreiteiras e os empreiteiros. Não, senhores! Há muitos outros crimes, bem mais graves […] i462q

Por Reinaldo Azevedo Atualizado em 5 jun 2024, 04h25 - Publicado em 5 Maio 2015, 06h12

Ai, ai, vamos lá. Desde o começo dessa história, basta entrar nos arquivos, eu contesto a tese do cartel de empreiteiras. Só um ignorante rematado ou um oportunista de má-fé infere que, se a minha tese triunfasse, isso seria bom para as empreiteiras e os empreiteiros. Não, senhores! Há muitos outros crimes, bem mais graves do que cartel. Ocorre que essa tese do cartel, além de afrontar questões conceituais, livra a cara da Petrobras, demoniza a empresa privada e ainda pode acabar beneficiando bandidos. Vejam lá no Houaiss a definição: “Cartel: acordo comercial entre empresas, visando à distribuição entre elas das cotas de produção e do mercado com a finalidade de determinar os preços e limitar a concorrência”. Sigamos.

Ocorre que Dalton Avancini, ex-presidente da Camargo Corrêa, teria reconhecido nesta segunda, durante interrogatório na Justiça Federal do Paraná, a existência de cartel. Afirmou: “Realmente havia combinação das empresas, e eu participei das negociações”. Segundo disse, nas reuniões, ficou decidido que a Camargo só receberia contratos menores no Comperj, por exemplo, porque já havia fechado um negócio de R$ 3,4 bilhões com a Petrobras na Refinaria Abreu e Lima, em Pernambuco. Disse ainda que a divisão de obras era discutida entre Odebrechet, UTC, OAS, Andrade Gutierrez, Techint, Promon, Queiroz Galvão e Toyo, lideradas por Márcio Faria, da Odebrecht, e Ricardo Pessoa, da UTC.

Eduardo Leite, ex-vice-presidente da empreiteira, também confessou a existência do esquema. Os dois fizeram acordo de delação premiada. Disse que a empresa pagava propina porque temia ser prejudicada pela estatal na gestão do contrato: “A gente achava que o criminoso estava do outro lado do balcão”.

Um Zé Mané já veio tentar encher meu saco na área de comentários: “Quem é você para negar o cartel se um dos participantes ite">Ministério Público, esses são outros quinhentos.

Venham cá: era o tal “clube” que fazia o preço ou a Petrobras — em obras, no mais das vezes, sem concorrência? Eram as empreiteiras que impunham o preço, para evitar a concorrência, ou acontecia justamente o contrário: os bandidos incrustrados na empresa determinavam tanto o valor da obra como o da propina?

Continua após a publicidade

“Ah, então são todos inocentes, Reinaldo">12.846.

Qual é o problema da tese do cartel? Ora, torna a Petrobras uma vítima. Tanto é assim que a estatal tem assento na mesa da Controladoria-Geral da União para definir o valor a ser ressarcido pelas empreiteiras que fecharem acordos de leniência. Mas a Petrobras foi vítima ou agente? “Ah, a empresa, como organismo, foi vítima, sim…” É? E por que esse mesmo argumento não vale, então, para as empresas privadas, que também são organismos — com a diferença de que não são estatais?

Não tenho a menor dúvida de que, estabelecidos os usos e costumes, depois de algum tempo, as empreiteiras aram a fazer as divisões de obras entre si, porque assim determinavam aqueles que tinham poder de mando na Petrobras, postos lá pelo poder político.

Continua após a publicidade

Alguns trouxas não perceberam que a minha tese, que nutre apreço pelo conceito e por palavras que têm sentido preciso, torna o caso muito mais grave. Se a Petrobras foi vítima de um cartel, então ela não era peça de uma engrenagem de poder, que servia a um partido político e a uma forma de organizar o Estado brasileiro. Ocorre que a Petrobras não foi vítima de um cartel. A canalha tomou conta da empresa, a serviço de um aparato liderado pelo PT, e abriu o balcão de negócios. E os empreiteiros fizeram esses negócios, sabendo que estavam cometendo crimes.

Não concordo com a tese do cartel porque “cartel” tem um significado que não se encaixa na espécie e porque ela colabora para reforçar o estatismo chulé que existe no Brasil. Estudem um pouquinho os inconformados. A minha tese manda mais gente para a cadeia do que a do cartel. Mas eu não a adoto por isso, mas porque acho certo.

Ah, sim: se, um dia, a acusação de cartel for derrubada em alguma instância da Justiça, só não vale afetar surpresa.

Publicidade

Matéria exclusiva para s. Faça seu

Este usuário não possui direito de o neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu

Digital Completo 3n1yv

o ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*
Apenas 5,99/mês*
ESPECIAL NAMORADOS

Revista em Casa + Digital Completo 1k27o

Receba 4 revistas de Veja no mês, além de todos os benefícios do plano Digital Completo (cada edição sai por menos de R$ 9)
A partir de 35,90/mês

*o ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$71,88, equivalente a R$ 5,99/mês.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.