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Blog do jornalista Reinaldo Azevedo: política, governo, PT, imprensa e cultura

“Charlie Hebdo”, alvo de ataque terrorista em janeiro, faz uma capa genial sobre a tragédia 5a4957

Sem abrir mão de ser o que é, jornal consegue expressar o horror, convidar à resistência e lembrar quem são eles e quem somos nós 42p50

Por Reinaldo Azevedo Atualizado em 31 jul 2020, 00h05 - Publicado em 17 nov 2015, 21h02

 

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Absolutamente genial a capa do jornal satírico francês “Charlie Hebdo”, assinado pelo desenhista Coco, que chega às bancas nesta quarta. O próprio veículo foi alvo, há dez meses, daquele que se caracterizou, então, como o maior atentado terrorista em solo francês — antes dos eventos desta sexta-feira, 13, quando 129 pessoas foram assassinadas por terroristas numa série de ataques em Paris.

Sobre um fundo vermelho, um cidadão francês crivado de balas bebe champanhe, que vaza pelos buracos do seu corpo. Na capa, lê-se o seguinte texto:
“Ils ont les armes. On les emmerde. On a le champagne!”

Traduzindo
“Eles têm as armas. Que se fodam. A gente tem o champanhe!”

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O verbo mais agressivo, no caso, não é empregado, obviamente, com conotação sexual. Está aí no sentido de “danem-se”; “não dou a mínima”; “que se lasquem”. Aliás, também empregamos por aqui a palavra nesse contexto.

É uma reação que pode ser classificada de genial, sim, especialmente se nos lembramos que, no dia 7 de janeiro deste ano, nada menos de 12 profissionais do jornal foram assassinados por extremistas islâmicos.

O “Charlie Hebdo” é um veículo de humor, de sátira, que apela, com frequência, ao que há de absurdo no aparentemente normal, evidenciando, assim, a estupidez.

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Como um jornal pode exprimir o horror sem abrir mão de ser o que é? Ora, está tudo nesse desenho. O “champanhe” — uma espécie de símbolo da França — também traduz, como é sabido, a celebração, a comemoração, a alegria de viver.

Independentemente de quais sejam os desígnios, vá lá, políticos do terror islâmico, o fato é que ele recruta aquelas pessoas que não am justamente a alegria e a celebração. Na alma dos funcionários do terror, há um ser assustado, com medo de não encontrar o seu lugar numa sociedade em que todos sejam livres para fazer suas escolhas.

Há mais considerações importantes sobre a capa. A morte está, sem dúvida ali — para todos os efeitos, aquele que bebe champanhe é um cadáver. Que outra maneira encontraria um jornal de humor para tratar de tragédia de tal dimensão?

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Mas aquele morto fala do mundo dos vivos, como a dizer: “Não podemos renunciar aos nossos valores, à nossa cultura, às nossas conquistas. Não será o terror a tirar isso de nós. Vamos enfrentá-lo”.

É claro que, a despeito dos medos e dos riscos, é o que têm de fazer os ses e os cidadãos de todo o mundo.

A capa lembra, em suma, quem são eles e quem somos nós. E convida a todos a ter coragem.

O “Charlie Hebdo” e Coco foram grandiosos.

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