Em quais estados do país serão inaugurados novos shoppings em 2025
Setor segue aquecido e crescimento comprova a força do varejo físico

O setor de shopping centers no Brasil continua em ritmo de crescimento, com previsão de inauguração de 17 empreendimentos ao longo de 2025. A movimentação reforça a força do varejo físico no país, impulsionada por cidades que am a receber, pela primeira vez, esse tipo de centro comercial. No total, serão 256 municípios brasileiros com shoppings em operação, consolidando o avanço do setor.
A distribuição dos novos empreendimentos abrange diversas regiões: o Sudeste concentra sete inaugurações, espalhadas entre São Paulo, Minas Gerais e Espírito Santo. No Sul, quatro novos shoppings chegam ao Paraná e Santa Catarina. O Centro-Oeste contará com três novas unidades em Goiás e no Distrito Federal, enquanto o Nordeste verá a chegada de dois empreendimentos em Sergipe. O Norte também entra no mapa, com uma nova unidade prevista para Rondônia.
Em 2024, o setor registrou um faturamento recorde de R$ 198,4 bilhões. A projeção para 2025 é ainda mais otimista, com a expectativa de R$ 201 bilhões. A Área Bruta Locável (ABL), que representa o total de espaço disponível para locação, também apresentou crescimento e hoje ultraa os 18 milhões de metros quadrados.
Apesar dos bons números, o segmento enfrenta uma concorrência cada vez mais relevante: o comércio eletrônico. Com a comodidade das compras digitais, que dispensam deslocamento e oferecem ao consumidor o direito de arrependimento em até sete dias, conforme o Código de Defesa do Consumidor, o comportamento de compra vem se transformando. As visitas aos shoppings diminuíram em relação aos níveis pré-pandemia, em 2019, mesmo com o crescimento do faturamento.
Outro fator que vem afastando as pessoas dos shopping centers é o crescimento dos streamings, canais de exibição de filmes e séries, grandes concorrentes dos cinemas.
Diante desse cenário, muitos shoppings vêm se reinventando, apostando em experiências, serviços e entretenimento para atrair o público. Já não se trata apenas de comprar, mas de viver o espaço — o que abre novas possibilidades para lojistas e marcas que souberem adaptar seus modelos de negócio. O Shopping Iguatemi, em São Paulo, por exemplo, tem uma agenda especial extensa ao longo do ano, como a São Paulo Fashion Week, o maior evento de moda do Brasil.
Para quem deseja investir ou expandir com atuação comercial em shopping centers, precisa estar atento não apenas às exigências operacionais, que envolvem padrões mais rígidos de funcionamento e estrutura adequada para manter a competitividade. É fundamental também lembrar que a legislação imobiliária aplicada aos shoppings possui diversas particularidades. As relações entre a e lojistas são regidas por contratos complexos, com regras específicas de uso, cobrança de taxas e obrigações estruturais.
Ao contrário das locações comerciais comuns, nos contratos de locação em shopping center as partes têm mais liberdade para negociar cláusulas que seriam proibidas em outros tipos de acordos. Um exemplo é a não aplicação da regra de renovação compulsória da locação comercial. Ou seja, mesmo que o lojista tenha permanecido no mesmo ponto por mais de 5 anos e com contrato por prazo determinado, ele não tem direito automático à renovação do contrato — o shopping pode optar por não renovar, com base em critérios comerciais, de reposicionamento do mix de lojas ou de estratégia de mercado.
Por isso, quem deseja investir em um ponto comercial dentro de shopping center deve estar atento a essas exigências e contar com a orientação de um advogado especializado em Direito Imobiliário, capaz de garantir segurança jurídica ao negócio e evitar prejuízos futuros.