PF prende investigados por tráfico de cocaína do Brasil para a Europa o2e29
São nove mandados de prisão preventiva no Brasil, um mandado de prisão na Espanha e 31 mandados de busca e apreensão em quatro estados brasileiros 535n3o

A Polícia Federal deflagrou, nesta terça, uma grande operação, em parceria com autoridades italianas, para prender integrantes de dois grupos criminosos que formavam uma rede internacional de tráfico de grandes quantidades de cocaína da América do Sul para a Europa.
São nove mandados de prisão preventiva no Brasil, um mandado de prisão na Espanha e 31 mandados de busca e apreensão em endereços situados em São Paulo, Santa Catarina, Rio Grande do Sul e Roraima.
Também foram decretadas medidas patrimoniais de sequestro de imóveis, bloqueio de bens e valores existentes nas contas bancárias e aplicações financeiras dos investigados, que totalizam um valor estimado de 126 milhões de reais.
“O trabalho decorre de uma equipe conjunta de investigação constituída entre Brasil e Itália, que foi instituída após a prisão de dois membros da máfia italiana em Praia Grande (SP), em 2019. Desde então iniciou-se a cooperação jurídica e policial internacional entre Brasil e Itália, especificamente entre o Ministério Público de Turim – Diretoria Antimáfia, os Carabinieri Italianos do Raggruppamento Operativo Speciale, e do Comandante Provincial de Turim, a Polícia Federal do Brasil, por meio do Grupo Especial de Investigações Sensíveis do Paraná, e o Ministério Público Federal do Brasil, que culminou nas operações conjuntas nesta terça-feira em ambos os países”, diz a PF.
As investigações envolveram uma rede complexa que operava principalmente por meio do Porto de Paranaguá, no Brasil, e por meio de aeronaves privadas. Essas redes criminosas eram encarregadas de todo o aparato necessário para enviar cocaína da América do Sul para a Europa.
“Durante a operação, foi identificado que os traficantes que contratavam essa logística eram indivíduos de São Paulo, ligados a uma facção criminosas originária daquele estado, além de membros de uma organização mafiosa italiana que atuava no Brasil, sendo responsáveis pela intermediação da compra e envio da droga para o continente europeu”, segue a PF.
Os investigadores descobriram que, além do tráfico de drogas, o grupo estava envolvido em um complexo esquema de lavagem de dinheiro, movimentando bilhões de reais entre empresas e contas bancárias de fachada. Durante o período de investigação, entre 2018 e 2022, a movimentação financeira dos investigados alcançou aproximadamente 2 bilhões de reais.
O Porto de Paranaguá era o principal ponto de saída, e o Porto de Valência, na Espanha, o de chegada. A droga era transportada ocultada em contêineres com cargas como cerâmica, louça sanitária ou madeira. Além do transporte marítimo, a organização também usava aeronaves privadas para enviar cocaína para a Bélgica, onde membros da organização retiravam a droga antes da fiscalização nos aeroportos.
A ação desta terça também teve a participação da PGR, da Receita Federal e a Guarda Civil Espanhola. As investigações contaram ainda com o apoio da Eurojust, da Europol e da Interpol.