Em Salvador, Barroso defende Prêmio Nobel a Caetano Veloso 5b1o1h
Presidente do STF recebeu, nesta sexta, a Comenda 2 de Julho e o título de cidadão baiano 604z6y

Em cerimônia de entrega da Comenda 2 de Julho e do título de cidadão baiano, nesta sexta, em Salvador, o presidente do STF, ministro Luís Roberto Barroso, disse que um dos próximos vencedores do Prêmio Nobel deveria ser Caetano Veloso. “A cultura brasileira vai poder ser exportada para o mundo. E, muito possivelmente, um dos próximos vencedores do Prêmio Nobel, em vez de ser o Bob Dylan — que é bonzinho — vai ser o Caetano Veloso, que é maravilhoso”.
A declaração foi em seu discurso de agradecimento à Assembleia Legislativa da Bahia. De improviso, como ele mesmo afirmou, Barroso lembrou da contribuição da cultura baiana para o mundo e da importância que artistas da Bahia têm em sua própria vida.
Do universo literário, destacou Jorge Amado e seu “Capitães de Areia”, um dos primeiros livros que guarda na memória da infância, além de “Gabriela Cravo e Canela”. No campo da música, a lista foi mais extensa. O ministro é um conhecido apreciador da música popular brasileira. Citou Dorival Caymmi, com “Samba da minha terra”, e Nana Caymmi, com “Resposta ao tempo”; João Gilberto, como pai da Bossa Nova; Gal Costa; Bell Marques; e Daniela Mercury, “militante de muitas causas e que nos ajuda no Conselho Nacional de Justiça nas discussões sobre direitos humanos”.
Ainda sobre Caetano Veloso, disse o considerar um dos maiores artistas de todos os tempos da história brasileira. “Um sujeito que disse, com raríssima inspiração, quase uma confissão de culpa que vale para todos nós: ‘De perto, ninguém é normal’”.
Não esqueceu de Gilberto Gil. “Eu considero ‘Drão’ uma das poesias mais bonitas que existem: ‘Não há o que perdoar, por isso mesmo é que há de haver mais compaixão’”.
E sobre Maria Bethânia, falou da força de sua presença e da forma como ela consegue emocionar quem a escuta. O ministro contou que foi Maria Bethânia a artista escolhida por ele para cantar o Hino Nacional em sua posse na presidência do Supremo, em 2023. “Tem tanta gente extraordinária aqui na Bahia que me tornar cidadão baiano me permite pegar um pouquinho de carona nessa história maravilhosa que é a cultura da Bahia”, disse Barroso, o novo baiano.