Campanha de Bolsonaro estuda reagir a vídeo de Lula sobre carne humana 4x28h
A equipe jurídica do presidente analisa a propaganda do petista que usou trechos de entrevista na qual ele disse que comeria carne humana de um índio a4d1o

A equipe jurídica da campanha de Jair Bolsonaro está analisando a propaganda eleitoral de Lula que exibe trechos de uma entrevista concedida em 2016 pelo presidente em que ele conta que comeria a carne humana de índio, para decidir se aciona o TSE.
O ministro das Comunicações, Fábio Faria, declarou à coluna , da Folha, que a campanha vai recorrer à Justiça Eleitoral porque o PT usou “fake news, frase fora de contexto”. Ele, no entanto, apresentou uma versão inexistente para tentar explicar a fala de Bolsonaro (veja a íntegra da declaração abaixo).
“O presidente fala que na selva você a por maus bocados, tem gente que acaba, pela lei da sobrevivência, comendo carne humana, de índio, de animal, de qualquer coisa. Aí cortaram só essa parte e colocaram”, disse Faria.
Já o chefe da Casa Civil, Ciro Nogueira, foi às redes sociais reclamar da campanha do petista, a quem apoiava até a última eleição.
“Canibalismo, Lula? Foi isso que sobrou pra vocês? Já que ‘genocida’ não colou, o presidente Bolsonaro é canibal? Eu pensei que iam bater o desespero e baixaria no horário eleitoral na última semana. Me enganei. Lula, vergonha alheia!”, escreveu o ministro.
As declarações de Bolsonaro na entrevista que viralizou nesta semana, concedida ao então correspondente do jornal The New York Times, Simon Romero, ocorreram no contexto de respostas dele sobre a entrada de imigrantes e refugiados no Brasil. O então deputado disse que o país não deveria aceitar quem viesse para “querer impor a sua cultura”.
Na sequência, citou um exemplo do Haiti e disse que esteve no país anos antes e percebeu a miséria local. Ele relatou ter visto mulheres se oferecendo por sexo “sem higiene nenhuma”. “Não comi, não preciso disso. Se precisar, eu como”, declarou.
Ele então emendou com a história sobre o indígena que teria comido. Leia a seguir a íntegra do relato de Bolsonaro:
“Como quase comi um índio em Surucucu (Roraima) uma vez. Eu vou te falar o que é que comer um índio. Vou te falar, o.k.? Não comi comida nenhuma lá, porque a pessoa fica em cima da a abanando pra não sentar mosca. Se parasse um segundo, enche de mosca. Estive em Surucucu certa vez e aí comecei a ver lá as mulheres índias ando com carregamento de banana nas costas e um índio a limpando os dentes com capim. Eu perguntei: ‘O que é que tá acontecendo?’. Eu vi muita gente andando, né? ‘Morreu um índio e eles estão cozinhando’. Eles cozinham o índio. É a cultura deles. O corpo. “É pra comer… cozinha por dois, três dias e come com banana. E daí eu queria ver o índio sendo cozinhado. Daí o cara: ‘Se for, tem que comer’. Eu falei: ‘Eu como!’. Daí, a comitiva, ninguém quis ir… ‘Vamo comigo lá.’ Ninguém quis ir. Daí, como a comitiva não quis ir, porque tinha que comer o índio, não queriam me levar sozinho lá. Daí não fui. Eu comeria um índio, sem problema nenhum. É cultura deles. E eu me submeti àquilo, tá o.k.?“