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O Som e a Fúria 646o48

Por Felipe Branco Cruz Materia seguir SEGUIR Seguindo Materia SEGUINDO
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Como Hamilton de Holanda se tornou um embaixador da música brasileira 584h42

Com disco gravado em templo do jazz americano e lugar cativo no Grammy, ele reafirma no exterior a força de seu singular bandolim 322u2z

Por Thiago Gelli Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 25 Maio 2025, 08h00

Sob a luz de um clube de jazz em Nova York, o brasileiro Hamilton de Holanda empunha seu bandolim e hipnotiza o público com um convite: que os presentes vocalizem a melodia simples que tece no instrumento, criando um coro espontâneo. Assim se estabelece um diálogo encantador, eternizado na faixa Mantra da Criação, do disco Hamilton de Holanda Trio — Live in NYC (feat. Chris Potter), recém-chegado às plataformas de streaming. Capturado no Dizzy’s Club — parte emblemática do complexo Jazz at Lincoln Center, um dos mais importantes templos do gênero no mundo —, o álbum é só mais uma das expedições de um autoproclamado embaixador dos sons brasileiros. “Sou um irador profundo dos diplomatas porque os caras estão no olho do furacão. Como instrumentista, sei que a música tem esse poder de abrir portas e aliviar mentes”, disse em entrevista a VEJA.

O álbum foi gravado ao longo de duas noites de outubro de 2024, com ajuda de Thiago “Big” Rabello na bateria e de Salomão Soares no teclado e nos sintetizadores. O saxofone ficou a cargo do americano Potter, amigo de longa data cujo fraseado tradicionalmente americano vai ao encontro do som brasileiríssimo de Hamilton, que leva consigo as raízes do choro quando faz voltas ao mundo. Segundo ele, o que sai de si sempre vai ter um pouco de Pixinguinha e Luiz Gonzaga, ou notas que já aram por Ernesto Nazareth, Jacob do Bandolim, Chiquinha Gonzaga e outras lendas. Em festivais internacionais de jazz, o músico recebe pedidos de choro por colegas gringos — “para eles soa fresco”, diz.

Aos 49 anos, Holanda já carrega 43 de carreira, tendo começado a se apresentar como prodígio no Fantástico em 1982, aos 6, com o bandolim que havia ganhado do avô. Quem via aquela criança na TV não poderia imaginar que no futuro ela viraria um dos nomes mais virtuosos e inovadores da música instrumental, responsável por acrescentar duas cordas às oito do instrumento e assim transformá-­lo na marca que desperta curiosidade e fascínio sobre seu trabalho.

A decisão veio no ano 2000, em decorrência da vontade de tornar o bandolim uma ferramenta mais potente, capaz de tocar melodia e acordes simultaneamente, como um violão. De lá para cá, Hamilton ajudou a instaurar o Dia Nacional do Choro (23 de abril) e a fundar a primeira escola do gênero em Brasília, onde cresceu. Concorreu também a quinze troféus do Grammy Latino e conquistou quatro, antes de ser indicado ao americano pela primeira vez em 2025 com o disco Collab. Hoje, no Lincoln Center, uma grande foto sua surge ao lado de uma do trompetista Dizzy Gillespie, fera que dá nome ao clube. “A música não resolve todos os problemas do mundo, mas cabe o mundo inteiro em uma música”, afirma. Sorte do país ter um embaixador tão afinado.

Publicado em VEJA de 23 de maio de 2025, edição nº 2945

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