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Peru: O que esperar da nova presidente? Pelos precedentes, não chega ao fim 1t3y27

A aventura golpista de Pedro Castillo durou duas horas, mas Dina Boluarte não tem perspectivas brilhantes se não conseguir pacto político 3b6n5f

Por Vilma Gryzinski Atualizado em 8 dez 2022, 07h06 - Publicado em 8 dez 2022, 07h03

Presidente que termina mandato virou raridade no Peru – e se termina, acaba preso ou foragido.

Pedro Castillo entrou nessa lista por vontade própria, com o patético autogolpe que ninguém obedeceu. Fez, dessa maneira enviesada, um bem para o Peru: seu governo não ia a lugar nenhum e a crise institucional tinha virado crônica.

Aliás, não ir a lugar nenhum também foi melhor, nas circunstâncias, do que ir ao mundo paralelo inventando pelo Peru Livre, o partido marxista-leninista criado por Vladimir Cerrón, um neurocirurgião formado em Cuba que pretendia usar Pedro Castillo como fachada.

O programa do partido prometia uma “refundação” mais radical do que a da Venezuela, com uma constituinte para mudar tudo e propostas como nacionalizar as mineradoras estrangeiras que não pagassem ao Estado 80% de seus lucros.

“A plataforma que ele apresentou no primeiro turno parece saída da revolução russa de 1917”, resumiu, na época, Andrés Oppenheimer, comentarista argentino radicado nos Estados Unidos.

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Para sorte do Peru, Castillo não levantou um lápis – o símbolo de sua campanha no ano ado – para fazer nada. Mais ainda, rompeu com o partido de extrema esquerda. Já a vice-presidente que agora assumiu, Dina Boluarte, foi expulsa depois de dizer que nunca tinha se identificado com a ideologia do Peru Livre. “Fiéis sempre, traidores nunca”, vociferou a direção do partido ao expulsá-la.

Conclusão: ela se tornou uma presidente praticamente sem apoio nenhum no Congresso, tal como se tornou o antecessor.

Em princípio, Dina Boluarte, advogada esquerdista de 60 anos, tem mais condições do que Castillo de entender as regras do jogo – segundo o El País, o ex-professor rural perguntou “O que é isso?” quando um assessor disse que o Congresso poderia quebrar seu sigilo bancário.

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A nova presidente pediu “uma trégua política para formar um governo de união nacional” e disse que vai “combater a corrupção em todas as suas formas”.

Os mais escolados presumem que vai fazer exatamente o oposto, o que pode levá-la para o mesmo caminho de profunda instabilidade percorrido por Pedro Castillo.

A fraqueza institucional do Peru contrasta com resultados bons ou bastante razoáveis em economia, com aumento sistemático do PIB e redução da pobreza extrema (de 20,3% em 2001 para 5,8%).

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“Vistas em perspectivas, as últimas três décadas foram talvez as melhores da história peruana; nenhum país pode mostrar um recorde igual em queda da pobreza”, disse à BBC, antes do fracassado autogolpe, o economista e ex-ministro Waldo Mendoza.

Entre os motivos do quadro econômico em descomo com a desgraceira política mencionados pela reportagem figuram um banco central independente, com o mesmo presidente desde 2006, focado na santa trindade: equilíbrio fiscal, controle da inflação e manutenção do valor da moeda.

A criticada constituição, promulgada durante o governo de Alberto Fujimori, garante a empresas estrangeiras que investem em mineração que os contratos não podem ser alterados por leis feitas a posteriori. Garantir contratos, ainda mais numa área onde o vírus da nacionalização desafia todas as “vacinas” aplicadas pela realidade, é um dos pilares para os investimentos estrangeiros – e, portanto, o desenvolvimento.

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O Congresso também não pode aumentar os gastos públicos – e aparentemente o orçamento secreto é uma novidade que ainda não chegou a um país cujo Judiciário absorveu o ensinamentos da Lava Jato para combater outro mal de origem brasileira, a troca de contratos por dinheiro não contabilizado segundo o esquema propagado pela construtora Odebrecht.

A vigilância do Judiciário e a oposição no Congresso não darão vida fácil à nova presidente.

Quanto a seu antecessor, uma ironia final: preso pelos próprios seguranças quando tentava ir para a embaixada do México, ele acabou levado, algemado, para a mesma penitenciária onde Alberto Fujimori cumpre pena, aos 84 anos, quando não está hospitalizado.

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