Horror: jovens, bonitos, inteligentes – e assassinados por serem judeus 33526h
É inável que isso aconteça, e bem no coração da capital americana, num ato cometido por radical também da elite universitária 273c2o

Num mundo nada difícil de imaginar, Sarah Milgrim, Yaron Lischinsky e Elias Rodriguez poderiam circular nos mesmos ambientes. Com base em sua boa formação universitária, talvez discutissem sobre a questão altamente complexa de palestinos e israelenses. Todos usariam bons argumentos e talvez ficassem exaltados.
É quase inável imaginar que, em vez de uma discussão, o breve momento em que seus destinos cruzaram o mesmo espaço tenha terminado com Sarah e Yaron mortos e Elias preso, gritando “Palestina livre” e provavelmente se imaginando um grande herói, depois de balear o casal que saia do Museu Judaico, em Washington.
Matar judeus por serem judeus tem uma carga tremenda que remete a um ado de perseguições e genocídio. Deixa qualquer pessoa dotada de um mínimo de equipamento moral em estado de revolta e depressão. Não só pelo crime hediondo em si, como também pelos que buscam justificativas para o assassinato.
Elias Rodriguez deixou um manifesto escrito em linguagem clara – ele se formou em Língua Inglesa pela Universidade de Illinois – que é um retrato da insanidade disseminada entre as elites do meio universitário. Nas constantes manifestações, desfechadas depois do ataque do Hamas contra Israel, temos visto o pensamento distorcido e imoral no qual se escoram. Os terroristas do Hamas são exaltados como heróis e os israelenses como bandidos – e judeus, ainda por cima.
Uma história altamente complicada vira slogans, do tipo que os fanáticos tanto gostam. Isso não honra, de forma alguma, as vítimas inocentes mortas em Gaza.
JUDEU CRISTÃO
Yaron Lischinsky havia sido treinado justamente para combater esse fanatismo, como funcionário do setor de diplomacia pública da embaixada israelense. Tinha também uma história complexa: nascido em Israel, foi pequeno para a Alemanha e aos dezesseis anos voltou ao país original. Na universidade, especializou-se em estudos asiáticos. Seguia como praticante a religião cristã da mãe. Havia comprado um anel de noivado para dar a Sarah Milgrim, colega americana da embaixada, quando fossem a Jerusalém conhecer a família dele.
“A ironia é que estávamos preocupados com a segurança da nossa filha em Israel”, disse o pai de Sarah, Robert Milgrim.
Quando foi fazer um estágio em Israel, Sarah trabalhou para uma organização que procurava criar laços entre jovens judeus israelenses e palestinos.
Eram um casal “vibrante, brilhante e talentoso”, disse ao New York Times o ex-embaixador israelense em Washington, Michael Herzog.
Elias Rodriguez militava numa minúscula organização de extrema esquerda, o Partido pelo Socialismo e a Libertação. Foi localizada uma postagem dele defendendo o teor moral de um atentado com carro-bomba contra o New York Times – justamente o jornal que tantos judeus consideram ter assumido crescentemente uma posição contra Israel. Uma ironia a mais nessa história de horror.