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Imagine um mundo em que a China tem metade da população atual 4l1w4y

Por Vilma Gryzinski Atualizado em 3 jun 2024, 17h14 - Publicado em 17 mar 2024, 08h00

Do ponto de vista populacional, o futuro está traçado: países ricos e médios se retrairão irreversivelmente. Depois de atingir o ápice, em 2050, com 230 milhões de habitantes, o Brasil vai encolher para 185 milhões em 2100. Nesse mesmo ano, a China estará com 771 milhões, a metade do número atual, 1,4 bilhão, uma tragédia geopolítica. A Índia, que tomou o lugar número um em população, continuará crescendo, mas chegará a 2100 quase empatada com a quantidade atual, com 1,5 bilhão. A Nigéria terá 540 milhões de pessoas. Espanha, Itália e Rússia terão uma população tão encolhida que só sobreviverão com habitantes estrangeiros, sem a conexão cultural e emocional com seu patrimônio. O berço da civilização ocidental estará esvaziado. Os EUA continuarão, excepcionalmente, crescendo, embora menos. As consequências desse futuro podem ser vistas pelo lado otimista: menos gente para consumir recursos preciosos, mais inteligência artificial para resolver problemas que pareciam insolúveis. Só precisaríamos chegar até lá sem grandes prejuízos depois de atravessar a ponte do bônus populacional, quando tem mais gente trabalhando do que os menores e idosos aos quais as sociedades civilizadas proveem sustento.

“O incentivo aos altos índices de reprodução tradicionalmente foi da esfera da extrema direita”

O risco de ver a janela se fechar leva pessoas tão diferentes como Elon Musk, Giorgia Meloni, Fumio Kishida e Vladimir Putin a fazer campanhas para que os casais tenham mais filhos. O multibilionário Musk vive repetindo que “o colapso populacional decorrente das baixas taxas de natalidade é um risco para a civilização muito maior do que o aquecimento global”. Ele também faz a sua parte: tem onze filhos, inclusive gêmeos e trigêmeos nascidos por fertilização artificial. Mas a realidade é que, quando podem escolher e controlar suas vidas, a maioria das mulheres prefere ter dois, um ou nenhum filho. Adiar a maternidade para estudar e trabalhar ou não procriar são fenômenos sociais. Daí a inutilidade de apelos como o feito por Putin às russas para que tenham “sete ou oito filhos, como nossas avós e bisavós”. As dificuldades de criar filhos hoje — não como nossas avós e bisavós, com tolerância maior por padrões menos exigentes de saúde e educação — não são os únicos problemas de países onde a população encolhe. Mudanças culturais de enorme abrangência criaram no Japão fenômenos como os hikikomori, homens jovens que não saem de casa. E isso muito antes das redes sociais, que criam antissociais com aversão à formação de casais, como na Coreia do Sul (média anêmica de filhos por mulher: 0,72), onde há um movimento correspondente de jovens mulheres que são contra casar, fazer sexo e ter filhos.

O incentivo aos altos índices de reprodução tradicionalmente foi da esfera da extrema direita. Hitler criou a Cruz da Mãe — de ouro para as mulheres que tinham sete filhos, prata para seis e bronze para cinco. Benefícios como a licença-­maternidade foram conquistas da social-democracia. Como mantê-los se a população cai? “É agora ou nunca em termos de índices de natalidade”, avisou no ano ado o pri­meiro-­ministro do Japão, Fumio Kishida. Para o Japão, com previsão de ir dos atuais 125 milhões para 67 milhões em 2100, já parece que é nunca.

Publicado em VEJA de 15 de março de 2024, edição nº 2884

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