Em sua defesa, Glauber Braga diz que Novo e MBL são ligados ao fascismo 1f391g
Parlamentar do PSOL tenta se livrar de ação interna que pode levá-lo a perder o mandato 4316i

Depois de uma semana em greve de fome contra a cassação de seu mandato na Câmara dos Deputados, Glauber Braga (PSOL-RJ) apresentou recurso à Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) contra decisão do Conselho de Ética que deu parecer favorável pela perda do mandato do parlamentar.
Ele alega cerceamento de defesa e do contraditório. Braga responde no Conselho de Ética por quebra de decoro parlamentar ao expulsar da Casa um integrante do Movimento Brasil-Livre (MBL) aos chutes. Famoso por ter ajudado no impeachment da então presidente Dilma Rousseff, o grupo conseguiu eleger, por exemplo, Kim Kataguiri (União-SP) para o parlamento.
Na defesa de Braga, há 92 citações ao MBL e cinco ao partido Novo, que representou contra o parlamentar, vinculando-os ao fascismo. “Pode-se acrescer, ainda, a posição central do PSOL e do deputado Glauber Braga de firme e contundente oposição a grupos políticos de extrema direita e de direita, como é o caso do Partido Novo e do Movimento Brasil Livre, o MBL, ligados a grupos fascistas e que utilizam técnicas e práticas não democráticas ou lícitas para a obtenção de poder e para o ataque a seus inimigos. Esses grupos, que apoiam e/ou patrocinam a presente representação, quiseram, recentemente, em 8 de janeiro, dar um golpe de Estado”, diz trecho da defesa do parlamentar.
No documento de 95 páginas, a defesa do deputado diz que a pena de cassação é desproporcional, porque o regimento da Câmara dos Deputados prevê censura verbal ou escrita para atos contrários a boa conduta e ofensas. O defensor diz ainda que a reação do parlamentar ocorreu depois de o integrante do MBL Gabriel Costerano ter insultado a mãe do deputado.
“Na ocasião de 16 de abril o representado foi, mais uma vez — aquela seria a quinta agressão –, insultado por um membro da extrema direita, militante do MBL, Gabriel Costenaro. Insultou e provocou com palavras e ameaças o representado e sua família, ofendendo e agredindo verbalmente com virulência a mãe do representado, que naquele momento estava acometida de grave doença e a qual culminou em seu falecimento logo após o episódio em comento, em 8 de maio. A sra. Saudade Braga enfrentava um quadro avançado de Aizheimer e faleceu 20 dias após o ocorrido”, diz outro trecho do documento encaminhado à CCJ.