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Vacinação de adultos é chave para a saúde coletiva 4wc1s

Retorno de doenças antes erradicadas, quadros graves, hospitalizações e óbitos podem ser evitados com a atualização do cartão vacinal, mesmo após a infância 5jc5r

Por Alberto Chebabo* 9 jun 2025, 07h00

Um dos grandes perigos da falta de vacinação é o retorno de doenças antes erradicadas. A exemplo disso, o mundo vive o ressurgimento do sarampo. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS) de 1º de janeiro a 18 de abril deste ano foram registrados 2 318 casos da doença, incluindo três mortes, em seis países das Américas, um aumento de 11 vezes em comparação aos 205 relatados no mesmo período em 2024. A maioria dos casos ocorreu entre pessoas entre 1 e 29 anos, que não foram vacinadas ou têm um status de imunização desconhecido.

Essa realidade mundial traz números continentais também preocupantes. A União Europeia, por exemplo, registrou em 2024 mais de 35 000 casos de sarampo, um aumento de dez vezes em relação ao ano anterior. Cerca de 87% dos casos conhecidos foram relatados em indivíduos não vacinados de acordo com o relatório do Centro Europeu para a Prevenção e Controle das Doenças (ECDC).

Vivenciamos uma preocupação global para um problema que já tem solução científica há mais de 60 anos. A vacina contra o sarampo é eficaz e segura, a literatura médica comprova isso. Mas o que realmente adoece e desprotege a população são as notícias falsas e a desinformação.

Diante da celebração do Dia Nacional de Imunização, celebrado em 9 de junho, faço o alerta para que a vacinação seja uma preocupação também para adultos e idosos. Na prática clínica, observo que os responsáveis que cuidam da saúde das crianças têm uma preocupação de os manter protegidos, mas não olham para os seus próprios cartões vacinais ou desconhecem que existem imunizantes específicos para sua faixa etária.

Entre os imunizantes mais importantes na fase adulta destaco a vacina contra Influenza que necessita de reforço anual, pois o vírus sofre mutações sazonalmente, tornando a vacinação essencial para proteger contra as novas cepas circulantes. Atualmente, no Brasil, mais de 70% das mortes por síndrome respiratória aguda grave (SRAG) são causadas pela gripe de acordo com o Boletim InfoGripe, da Fiocruz, divulgado no último dia 29. Um dado chocante para uma população que tem à disposição uma gama de opções de imunização contra doença, tanto no SUS, como no privado.

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Também já é possível que idosos se protejam do Vírus Sincicial Respiratório (VSR), responsável por mais de 12% dos óbitos por complicações, como confirma a Fiocruz. As vacinas Abrysvo e Arexvy estão disponíveis para pessoas acima dos 60 anos em dose única na rede privada e apresentam até 85% de eficácia contra quadros graves de VSR nessa faixa etária.

Já a vacina do HPV (Papilomavírus Humano) é uma das excelentes estratégias de saúde pública para a erradicação do câncer de colo de útero, causado, em 90% dados casos, por esse vírus. Recomendada para adolescentes e adultos de até 45 anos, o esquema de doses do pode variar, principalmente na rede privada, que conta com a proteção ampliada de tipos nove tipos virais (6, 11, 16, 18, 31, 33, 45, 52 e 58), sendo mais abrangente do que a vacina quadrivalente, que tem proteção apenas contra os quatro primeiros.

Outro dado preocupante e, que tem solução vacinal para conter as estatísticas, é o aumento das internações por varicela e herpes-zóster no Brasil que chegaram a 4 598 em 2024, um aumento de 10% em relação ao ano anterior. Os dados são do Sistema de Informações Hospitalares do SUS (SIH), do Ministério da Saúde.

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A crescente acende um alerta para a importância da vacinação que evita a reativação do Vírus Varicela-Zóster (VVZ), que durante anos, pode ficar latente. Em situações em que o sistema imunológico enfraquece, contudo,  – como no processo de envelhecimento, assim como diante de altos níveis de estresse, doenças crônicas, uso de imunossupressores ou até após a quimioterapia –, ele pode promover uma inflamação dolorosa e com bolhas.

Ao imunizar-se, o adulto não só se protege contra enfermidades que poderiam gerar sequelas crônicas, incapacidades ou complicações graves, mas também contribui para ampliar a imunidade de rebanho, fundamental para proteger toda a comunidade a sua volta, diminuindo a incidência de surtos e epidemias, além de aliviar a carga sobre os sistemas de saúde.

A longo prazo, a vacinação, tanto na vida adulta, como pediátrica, é um investimento simples e eficaz na longevidade e qualidade de vida. Cabe a nós buscar informações de fontes confiáveis e dar o braço a torcer, ou melhor, a vacinar.

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*Alberto Chebabo é infectologista dos laboratórios Sérgio Franco e Bronstein, da Dasa no Rio de Janeiro, e presidente da Sociedade Brasileira de Infectologia.

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