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Por Raquel Carneiro Materia seguir SEGUIR Seguindo Materia SEGUINDO
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Como Wes Anderson se inspirou na história do sogro para criar novo filme 673y

Atores falam a VEJA sobre 'O Esquema Fenício', nova produção assinada pelo renomado cineasta e protagonizado por Benicio del Toro 432028

Por Mariane Morisawa, de Cannes 20 Maio 2025, 09h41

Wes Anderson é conhecido por seus filmes de estética única, diálogos ditos de maneira específica, personagens excêntricos que se movem de maneira particular e que deixam o coração quentinho. Mas nos últimos tempos ele vem trazendo algumas observações mais agudas sobre o mundo. O Esquema Fenício, que estreou na competição do 78º Festival de Cannes na noite do domingo, 18, antes de chegar aos cinemas brasileiros na quinta-feira, 29, nasceu com o desejo de ser algo muito sombrio, como contou o diretor em entrevista coletiva do evento. “O filme fala de um cara que não está preocupado com a maneira como as grandes decisões que ele se deu o direito de fazer pelo mundo está afetando populações, forças de trabalho, paisagens. É o lado sombrio de um certo tipo de capitalista”, disse Anderson. Só que, no fim, o milionário Anatole “Zsa-Zsa” Korda, interpretado por Benicio del Toro, acabou sendo muito mais simpático do que Anderson e Roman Coppola, co-roteirista do filme, esperavam. “Escrever nos levou por outro caminho. Sinto que precisamos do divã de um psiquiatra para entender.”

O papel foi pensado para Del Toro, que trabalhou com o cineasta em A Crônica sa (2021). O ator também participou da criação do seu personagem, um magnata europeu dos anos 1950 que, depois de sofrer vários atentados, resolve se reaproximar da filha Liesl (Mia Threapleton, filha de Kate Winslet) para que ela assuma os seus negócios, especialmente um projeto mirabolante com várias frentes para desenvolver uma região abandonada. A questão é que Liesl é freira. É a primeira vez que Mia trabalha com Wes Anderson, que também incorporou à sua trupe Michael Cera e Riz Ahmed, além de trazer de volta Tom Hanks, Bryan Cranston, Mathieu Amalric, Jeffrey Wright, Scarlett Johansson, Richard Ayoade, Benedict Cumberbatch e Rupert Friend.

Apesar de as histórias de Wes Anderson parecerem meio absurdas, muitas têm um pé na realidade. O filme é dedicado ao seu sogro, um engenheiro e empresário libanês que, um dia, chamou a mulher do diretor, Juman Malouf, para que ela tocasse seus negócios. Como no filme, ele apresentou uma série de caixas de sapato com ideias para seus projetos. “Esse personagem tem muito a ver com ele, porque ele era inesquecível”, disse o cineasta. “Ele era muito alfa. A primeira impressão que ele causava era de certo medo. Ele era forte. Eu me lembrei de perguntar como eram as pessoas com quem ele trabalhava: ‘Todos leões’ foi a resposta. Pensei: Não sei se tenho leões na minha área. Em um restaurante, ele mandava montar uma mesa em determinado lugar porque estava cansado de esperar. Nunca fazem isso para mim.”

Mas, segundo os atores, o cineasta não fica discutindo os temas de seus filmes. “Nós deixamos isso para os espectadores, os críticos, os estudiosos de cinema”, disse Rupert Friend em entrevista à VEJA. “Mas ele providencia uma série de materiais de pesquisa, sejam filmes, livros ou ensaios que informaram seu pensamento”, completou Jeffrey Wright, citando como exemplo Céu e Inferno (1963), de Akira Kurosawa – coincidentemente, ele atua na versão americana do mesmo longa dirigida por Spike Lee, Highest 2 Lowest, que estreia fora de competição neste mesmo Festival de Cannes.

O Esquema Fenício, mesmo trazendo um protagonista que se parece com tantos homens narcisistas e agressivos da vida real, é, no fim, um filme de Wes Anderson. Ele acredita no ser humano. O próprio Zsa-Zsa diz que a maioria dos seres humanos tem o bem dentro deles, com algumas exceções. Com a ajuda de Liesl, uma ótima estreia de Mia Threapleton no universo do diretor, Zsa-Zsa descobre um coração. Mas o filme tem todas as marcas de Wes Anderson que irritam os não-fãs. Para os outros, é só embarcar em mais essa viagem.

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