Vlady Oliver: Coisa de pobre 735fn
Antes que algum imbecil me tome por preconceituoso, aviso que estou falando de pobreza emocional 486a5z
Só tem memória quem tem. Só consegue uma informação relevante quem viveu a história toda pra contar. Quem foi até Cuba e só se refestelou nos camarões com certeza não viu o engodo com todas as letras. Socialismo é coisa de pobre, como diria Caco Antibes. Só pobre, com essa tendência natural a um encosto, essa falta crônica de talento individual, é capaz de acreditar numa religião, numa seita ou num golpe do baú para aplacar suas pobrezas.
Prefere acreditar em tudo isso antes de acreditar em trabalho e mérito. E não estou falando de pobreza material, aviso antes que algum imbecil me tome por preconceituoso. Estou falando de pobreza emocional, de carências afetivas e intelectuais que transformam uma frustração em bandeira, defendida por dez entre dez cretinos fundamentais, que se escondem no “coletivo” para aplacarem suas misérias individuais e sua animalidade mal elaborada.
Onde foi tentada, a porcaria sempre sucumbiu. E por motivos óbvios. O comunismo se sustenta na pretensão de dar condições materiais a quem não tem condições morais para tê-las. Percebam que é a religião predileta de bandidos e encostados diversos. Não se fabrica um prego em Cuba, essa ilha emoldurada na burrice. Vive-se das quirelas do Estado. Engana-se os trouxas. O comunismo coloca lado a lado aquele que produz mil tijolos por dia e aquele que produz só dois. Somados e divididos socialmente por dois, a conta vai fazer a alegria de quem produz dois tijolos e recebe 501.
Mas quem tem de produzir mil tijolos e ficar com os mesmos 501 – a metade do que produziu – torna-se absolutamente prostituto com a situação (para o meu texto parecer elegante). E cruza os braços em protesto. A decadência desses lugares é só a face mais exótica de uma extinção em massa, causada pela absoluta falta de liberdade para empreender, pensar e trabalhar, sem os grilhões dessa escravatura moderna.
Comunista, como qualquer extremista, quer nos ensinar o que comer, o que pensar, o que não pensar e como servir aos interesses de um bando de picaretas. Tamanha reverência a um facínora só pode esconder o caráter avariado de quem sonha com uma sevícia, seja na condição de seviciado, seja na de seviciador. É nessa putrefação moral que um modelo como esse ganha adeptos. Ganha simpatizantes e defensores.
Fidel era o último animal exótico desse zoológico que era caro de manter e deprimente de enxergar. Por uns tempos, o zoo cubano foi comprado e mantido com dinheiro do BNDES pelo magnata dos pedalinhos e apartamentos superfaturados, amigo de pinga do outro canalha velho. E a falcatrua se manteve no reinado da coração indecente. Devo ter meu quinhão de camarões para degustar, lá naquela ilhota encostada num barranco. Era o meu dinheiro que financiava esses larápios todos. Um dia ainda cobro essa fatura. Vagabundos.