Vídeo: cientistas flagram erupção de vulcão inédita no fundo do mar 6z6d32
Submarino registrou lava incandescente em região do Pacífico onde placas tectônicas se separam, local essencial para entender atividade vulcânica da Terra p1n42

Uma equipe de cientistas a bordo de um submarino de pesquisa fez um registro inédito: pela primeira vez, uma erupção vulcânica foi observada ao vivo no fundo do mar, exatamente em uma cordilheira oceânica — uma área onde as placas tectônicas se afastam e o magma do interior da Terra chega à superfície.
O episódio ocorreu no dia 29 de abril, próximo à costa da Costa Rica, durante uma expedição ao respiradouro hidrotermal Tica, uma abertura no leito oceânico que libera água superaquecida e rica em minerais. No dia anterior, os cientistas haviam encontrado uma cena comum para aquela região: o local estava repleto de vida marinha, como vermes tubulares, mexilhões e caranguejos.
No entanto, um dia depois, o cenário havia mudado completamente. Em vez da paisagem vibrante, o fundo do mar parecia deserto. Foi só então que os pesquisadores notaram sinais claros de uma erupção: rochas recém-formadas, vermes mortos e, ao longe, flashes alaranjados de lava derretida solidificando ao tocar a água fria.
O que os cientistas viram nas profundezas do oceano 1l3cq
A missão foi realizada com o submarino Alvin, um dos mais avançados veículos de pesquisa em águas profundas. A bordo, os cientistas avistaram um brilho alaranjado que saía de fendas no solo marinho — evidência clara de lava ativa. Para garantir a segurança do equipamento e da tripulação, a equipe decidiu encerrar a descida antes que as temperaturas chegassem a níveis perigosos.
Mesmo com o tempo limitado, os pesquisadores conseguiram coletar amostras de água, rochas e organismos afetados pela erupção, além de implantar instrumentos para continuar monitorando a área remotamente.
O que a descoberta revela sobre a Terra e a vida marinha 3l2i52
Embora cerca de 80% da atividade vulcânica da Terra ocorra sob os oceanos, raramente ela é observada em tempo real. Até hoje, só haviam sido registradas duas outras erupções submarinas ao vivo — e nenhuma em uma cordilheira oceânica como essa, conhecida como dorsal meso-oceânica. A região é de grande interesse científico por ser onde a crosta terrestre se forma continuamente.
Além de ajudar a entender melhor os processos geológicos do planeta, o evento pode trazer informações valiosas sobre a vida nas profundezas. Os respiradouros hidrotermais sustentam ecossistemas únicos, com espécies que sobrevivem sem luz solar, alimentando-se de compostos químicos liberados pelas fendas. Observar como essa vida reage a uma erupção pode revelar muito sobre a resiliência dos oceanos.
A equipe agora vai analisar os dados coletados e estudar como os fluidos hidrotermais, a geologia local e os organismos reagiram antes, durante e depois da erupção. Novos mapas detalhados do local também devem indicar exatamente onde o solo se abriu.