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Ataques de tubarões a humanos são em grande parte reações de defesa, diz estudo 736k4e

Análise foi feita em cima de dados obtidos na Polinésia sa, uma região com alta diversidade da espécie e intensa atividade no mar 5d11

Por Redação Atualizado em 25 abr 2025, 15h33 - Publicado em 25 abr 2025, 15h21

Esqueça tudo o que viu em Tubarão, de Steven Spielberg, no qual uma cidade litorânea entra em pânico com a presença de um tubarão branco violento em suas águas. Um novo estudo, publicado na revista Frontiers in Conservation Science, lança luz sobre as motivações por trás dos ataques a humanos, revelando que uma parcela significativa desses incidentes pode ser atribuída ao comportamento de autodefesa dos animais marinhos. A pesquisa, liderada por Eric E. G. Clua e colaboradores, analisou dados coletados ao longo de várias décadas na Polinésia sa e demonstra que certas atividades humanas no mar podem desencadear reações defensivas imediatas por parte dos tubarões.

Contrariando a percepção comum de que as mordidas de tubarão são predominantemente motivadas pela predação, o estudo detalha como agressões iniciais por humanos, como pesca, especialmente a pesca submarina com arpão e o manejo de armadilhas de pesca ivas, estão frequentemente associadas a esse tipo de mordida. Após uma ação humana percebida como ameaçadora, os tubarões podem responder com mordidas defensivas, caracterizadas por serem geralmente superficiais, com mínimo dano tecidual e raramente fatais, exceto em circunstâncias específicas.

Os pesquisadores identificaram que essas mordidas de autodefesa não são precedidas pelos comportamentos agonísticos característicos observados em outras situações, como quando um tubarão se sente ameaçado e antecipa uma possível agressão humana. Esses comportamentos de aviso, como natação em zigue-zague e arqueamento do corpo, são comuns em mordidas motivadas por antipredação ou territorialidade, mas estão ausentes nos casos de autodefesa.

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A análise dos dados da Polinésia sa, uma região com uma alta diversidade de tubarões e intensa atividade humana no mar, revelou que, entre 1942 e 2023, 16 mordidas foram classificadas com alta probabilidade de serem motivadas por autodefesa. A maioria desses incidentes ocorreu durante a harpoagem de tubarões em armadilhas de pesca (43%) e a pesca submarina (38%). Embora a prevalência desse tipo de mordida tenha sido calculada em cerca de 5% entre 2009 e 2023, os autores sugerem que esse número pode ser uma subestimação, já que mordidas de tubarão, especialmente aquelas resultantes de ações humanas, tendem a ser subnotificadas.

Um aspecto crucial destacado pelo estudo é a diferenciação entre mordidas de autodefesa e mordidas com outras motivações, como a predação. Mordidas predatórias são tipicamente caracterizadas por grande perda de tecido e alta letalidade. Em contraste, as mordidas de autodefesa tendem a ser mais superficiais. Além disso, o estudo observou que não há uma proporcionalidade direta entre a agressão humana inicial e a severidade da mordida defensiva do tubarão. Uma manipulação simples pode gerar a mesma reação defensiva que uma ação claramente prejudicial. A gravidade das lesões está mais relacionada à anatomia dentária e ao tamanho da espécie de tubarão envolvida. As espécies mais comumente implicadas em mordidas de autodefesa na Polinésia sa são o tubarão-de-recife-cinzento (Carcharhinus amblyrhynchos), o tubarão-limão-falciforme (Negaprion acutidens) e o tubarão-enfermeiro-fulvo (Nebrius ferrugineus).

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PIONEIRO - Bruce, o tubarão do filme de Spielberg: 8 metros e meia tonelada – (./Divulgação)

Os autores ressaltam a importância de melhorar a compreensão do risco de mordidas de tubarão e de adotar uma gestão mais eficaz e voltada para a conservação. Eles criticam a tendência da mídia de rotular todas as mordidas como “ataques”, mesmo quando os humanos são os iniciadores da interação. Essa abordagem simplista prejudica a imagem dos tubarões e seus esforços de conservação. Ao reconhecer a autodefesa como uma motivação significativa, é possível promover uma maior conscientização sobre a responsabilidade humana em certos incidentes e evitar medidas letais de controle de tubarões.

O estudo conclui que, para evitar mordidas de autodefesa, a recomendação mais óbvia é evitar atacar ou assediar os tubarões. Além disso, comportamentos bem-intencionados, como tentar ajudar um tubarão encalhado sem o devido conhecimento, também podem desencadear uma reação defensiva.

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