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MP do Rio vai apurar morte de jovem baleado pela polícia em festa junina com perícia independente

Determinação do procurador-geral de Justiça pede que as imagens de câmeras corporais dos agentes sejam enviadas e preservadas

Por Lucas Mathias Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 9 jun 2025, 12h54 - Publicado em 9 jun 2025, 12h03

O Ministério Público do Rio vai conduzir uma perícia independente da operação policial que resultou na morte do jovem Herus Guimarães Mendes da Conceição, de 24 anos. Ele foi morto na noite da última sexta-feira, 6, baleado por agentes do Batalhão de Operações Especiais da Polícia Militar (Bope) no Morro do Santo Amaro, na Zona Sul carioca, onde acontecia uma festa junina comunitária. À PM, foi requisitada a preservação das imagens das câmeras corporais utilizadas na ação.

Foi expedido ofício ainda à Corregedoria da PM, com pedidos de esclarecimentos sobre os objetivos da operação, além da avaliação de seus impactos e do envio de todo o material coletado, o que inclui as gravações. À Polícia Civil, o MPRJ pediu o ao Instituto Médico-Legal para acompanhar os exames de necropsia da vítima. A perícia do corpo já foi realizada, e a intenção do procurador-geral de Justiça, Antonio José Campos Moreira é que o caso seja apurado paralelamente, de modo a garantir uma apuração técnica isenta. 

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De acordo com Moreira, o caso é acompanhado de perto pelos promotores de Justiça desde os primeiros momentos e o Ministério Público reafirma “o compromisso de exercer o controle externo da atividade policial”. A morte de Herus Conceição causou grande comoção nas redes sociais. Um registro em vídeo, que mostrava as festividades juninas na comunidade, flagrou o momento em que os moradores são surpreendidos com os disparos, causando grande correria, inclusive entre crianças que estavam no local.  

Em nota, o governador fluminense, Cláudio Castro (PL), disse ter determinado o afastamento dos responsáveis pela autorização da operação e prestou solidariedade aos familiares da vítima, que não tinha envolvimento com o crime organizado, conforme reconheceu a Polícia Civil. Tamanha foi a comoção com o caso que, neste domingo, 8, moradores da região e ativistas se mobilizaram para uma manifestação em frente à delegacia da região, no bairro do Catete, com faixas pedindo justiça e paz aos moradores das favelas do Rio. Hoje, os moradores do Morro do Santo Amaro foram às ruas em um ato pacífico pedindo justiça por Herus.

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Ação gerou repúdio 

O Núcleo de Defesa dos Direitos Humanos da Defensoria Pública do Rio de Janeiro divulgou nota repudiando o episódio. “Não se justifica uma operação policial durante plena festa junina, com a presença de crianças e adolescentes. A proteção à criança e adolescente é obrigação do Estado, não sendo aceitável que o enfrentamento ao crime organizado ponha em risco exatamente aqueles que temos a obrigação primária de proteção”, diz o órgão, ressaltando que acompanhará a apuração do ocorrido.

A ministra Anielle Franco, da Igualdade Racial, fez uma postagem sobre a morte de Herus e a operação da PM: “Revoltante e desesperador o que aconteceu com famílias que aproveitavam uma festa junina no Rio de Janeiro em seu momento de lazer”, afirmou Anielle, acrescentando. “Crianças, jovens e idosos que estavam em uma festa junina no local foram surpreendidos com rajadas de tiros. Um jovem morreu e várias pessoas ficaram feridas por uma política de segurança pública que não respeita a vida daqueles que moram e residem em favelas e periferias”.

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