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O fator Moro 3w6f30

O ex-ministro tirará votos tanto de Jair Bolsonaro quanto do centro 6fd5x

Por Ricardo Rangel Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 4 jun 2024, 13h17 - Publicado em 26 nov 2021, 06h00

Sergio Moro lançou sua candidatura há apenas duas semanas e já há pesquisas indicando que chegou aos dois dígitos nas intenções de voto. Não está claro a que patamar Moro chegará, mas é certo que ainda tem bastante espaço para crescer. Também é certo que tirará votos tanto de Jair Bolsonaro quanto do centro. Se tirar mais votos do centro, inviabiliza a terceira via e entrega o segundo turno ao capitão; se tirar mais votos à direita, inviabiliza o capitão e vai disputar a Presidência com Lula.

Moro precisa ter um discurso de direita o suficiente para tomar votos de Bolsonaro — o que explica, por exemplo, o convite ao senador Marcos do Val, que defende excludente de ilicitude (ou seja, licença para a polícia matar) e foi participante eventual da tropa de choque de Bolsonaro na I da Pandemia, para colaborar na área de segurança. Mas, ao mesmo tempo, Moro tem de mostrar moderação, senão não consegue votos ao centro e perde no segundo turno — por isso vem falando de injustiça social, educação, desmatamento. É um equilíbrio delicado.

À medida que a candidatura de Moro se consolida, a necessidade de ter um nome único para derrotar Bolsonaro fecha o espaço para outros candidatos. O PSDB, com a debacle das prévias, está em guerra fratricida, e não se sabe direito qual será o destino de seu candidato ou se ele conseguirá unir o partido. Ciro Gomes nunca foi competitivo — a direita não vota nele, a esquerda prefere Lula, os liberais torcem o nariz a seu desenvolvimentismo — e, com a presença de Moro, está emparedado. Outros candidatos tendem a ser abandonados por seus próprios partidos.

“Bolsonaristas e petistas deixarão ataques mútuos de lado para lançar sobre o ex-juiz um bombardeio digital”

Moro não perde por esperar: bolsonaristas e petistas deixarão os ataques mútuos de lado para lançar sobre o ex-juiz um violento bombardeio digital. Não está claro, no entanto, quão eficaz será a artilharia. Afinal não há muita munição: Bolsonaro vai acusar Moro de traição, mas todos sabem que quem traiu suas promessas foi o presidente; Lula vai dizer que Moro torceu a lei (o que é verdade) para pô-lo na cadeia, mas só o núcleo duro do lulismo acredita que Lula é inocente. A artilharia pode sair pela culatra e acabar ajudando a divulgar o nome de Moro.

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Se jogar suas cartas bem, Moro pode arrebanhar os votos dos bolsonaristas arrependidos, os da direita que nunca gostou de Bolsonaro e mesmo os dos eleitores de centro (e de esquerda) que estavam dispostos a votar até em Lula para impedir a reeleição do atual presidente. Se conseguir isso, Moro tira o capitão do jogo e vai enfrentar Lula.

No segundo turno, ninguém sabe o que acontecerá. Lula é um candidato muito mais forte do que Fernando Haddad, ainda mais agora, que teve suas sentenças anuladas; por outro lado, Moro é um candidato muito mais palatável e competitivo do que Bolsonaro. É provável que o vencedor seja aquele que estabelecer pontes com o centro e apresentar uma agenda moderada e economicamente sensata.

Defender ditadores, atacar a responsabilidade fiscal e esnobar o centro, como Lula vem fazendo, pode não ser uma boa ideia.

Publicado em VEJA de 1 de dezembro de 2021, edição nº 2766

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