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Aquecimento global ameaça um dos pontos turísticos mais visitados por brasileiros na Argentina 3z5i3f

Cortes de orçamento na ciência impostos pelo governo Javier Milei desde 2023 têm prejudicado o monitoramento da crise climática no país vizinho 3i5h6m

Por Ernesto Neves Atualizado em 22 Maio 2025, 12h50 - Publicado em 22 Maio 2025, 09h31

O glaciar Perito Moreno, uma das maiores atrações turísticas da Argentina e destino frequente de brasileiros, está recuando de forma acelerada e considerada irreversível por cientistas.

Desde 2018, o gelo perdeu quase 2.000 metros nas margens e suas paredes diminuem de altura a um ritmo crescente, segundo especialistas.

Localizado na Patagônia, na fronteira com o Chile, o Perito Moreno recebia cerca de 700 mil visitantes por ano. Em 2024, turistas foram surpreendidos pelo colapso de blocos de gelo incomumente grandes, um sinal visível da perda de massa que atinge o glaciar desde que ele perdeu seu equilíbrio natural.

“O clima está mais quente, há mais derretimento e água na base. Isso acelera e afina o glaciar”, explica o engenheiro geofísico Pedro Skvarca, que monitora a região há mais de 30 anos. O geólogo Lucas Ruiz, do Conselho Nacional de Pesquisas Científicas da Argentina (Conicet), confirma que o Perito Moreno rompeu um equilíbrio centenário e agora perde mais gelo do que acumula.

Outro sinal da mudança é o desaparecimento dos famosos rompimentos do gelo — fenômeno que ocorria a cada dois ou três anos, quando o glaciar bloqueava parte do Lago Argentino e formava uma represa natural. O último grande evento ocorreu em 2018; desde então, os rompimentos são cada vez mais raros.

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Ruiz explica que o comportamento do Perito Moreno é agravado por sua conexão com um corpo d’água. Quando a relação entre a espessura do gelo e a profundidade do lago ultraa certo limite, o glaciar só pode recuar. “Já cruzamos esse ponto em algumas áreas”, alerta. No front, a perda chega a oito metros de espessura por ano.

Cortes de orçamento na ciência impostos pelo governo Javier Milei desde 2023 têm prejudicado o monitoramento da geleira e acelerado a fuga de pesquisadores do país. Ainda imponente, o Perito Moreno continua atraindo visitantes — mas, se nada mudar, será irado de cada vez mais longe.

Geleira Perito Moreno, na Argentina: ritmo de derretimento dos campos de gelo na Patagônia aumentou 50% nos últimos 12 anos.
Geleira Perito Moreno, na Argentina: ritmo de derretimento dos campos de gelo na Patagônia aumentou 50% nos últimos 12 anos. (Thinkstock/VEJA)
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